sexta-feira, 16 de setembro de 2011

ALDEIA SESC - 2011 De 20 a 25 de setembro às 18h


Gostaria de agradecer aos amigos que visitaram a Parede Poética que esteve em exposição durante o ALDEIA SESC 2011. Em 35 anos vivendo na Paraíba foi a primeira vez que fui convidado oficialmente para apresentar meus poemas. Agradeço publicamente a Chico Noronha, Coordenador Cultural do SESC-PB, pelo convite.

 

ACONTECEU NO SESC-PB

 

ALDEIA SESC - 2011 De 20 a 25 de setembro às 18h


Abertura: terça feira, 20 de setembro · 18:00 - 21:00


Localização: SESC CENTRO JOÃO PESSOA / PB


PROGRAMAÇÃO


21/09 – QUARTA-FEIRA

19h00 “KITEMPO”
Grupo: Raízes
Diretor: Nai Gomes
Local: Área de Lazer

19h40 “QUIPROCÓ”
PALCO GIRATÓRIO
Grupo Teatral Moitará /RJ
Direção: Venício Fonseca
Local: Arena

20h30 “DESDE CRIANÇA TODO MUNDO DANÇA”
Grupo: Cia. Quebrart
Direção: Welton M. De Lima
Local: Palco

A HISTÓRIA DE UM DANÇARINO”
Grupo: Cia. Art Swing
Direção: Antônio J. N. Neto
Local: Palco

21h30 “A FARSA DO PODER “
Cia. Osfodidário
Direção Colaborativa com Supervisão de Christina Streva
Local: Arena

22h20 “CLOWN BAR“
Grupo: NEECO Núcleo de Experimentação e Estudos do Cômico
Direção: José Tonezzi
Local: Palco

22/09 – QUINTA-FEIRA

19h00 “CÔCO DE RODA”
Grupo: Quilombo Comunidade Quilombola Gurugí
Direção: Ana Lúcia Rodrigues
Local: Palco

19h30 “Com So Ante”
Grupo: Cia. Teatral Sala Verde
Direção: Heráclito Barbosa
Local: Arena

20h20 “CORPO A CORPO”
Grupo: Cia. Os Bambas
Direção: Djanilson Gonçalves
Local: Palco
“Tropa de Elite”
Grupo: Mais Quebradeira
Direção: Sirino Mendes
Local: Palco

21h20 “ANÁGUAS”
Grupo:Cia Oxênte
Direção: José Maciel
Local: Arena

22h10 “ACORDA AURORA”
Grupo: Cia. Rataplan
Direção: Isaú Firmino
Local: Palco

23/09 – SEXTA-FEIRA

19h00 “CURTINAS”
Grupo: Cia. Dos Truks
Direção: Coletiva
Local: Arena

19h40 “DOIS CÂNTICOS E UMA CANÇÃO”
Grupo:Cia. Paralelo
Local: Palco

20h30 PERFORMANCE:
“Inter Aja me dê um verso”
Com Niti Merhej SP
Local: Área de Lazer

21h00 GRUPO: GINGADO MANHOSO
Direção: Josicleiton M. De Lima
Local: Área de Lazer

21h30 “A SAGA DE DALUZ”
Grupo: Cia. GECA
Direção: Marcos Pinto
Local: Arena

22h20 “Flor de Macambira”
PALCO GIRATÓRIO
Grupo: Ser tão Teatro
Direção: Christina Streva
Local: Área de Lazer

24/09 – SÁBADO

19h00 “ROSA CIRANDEIRA”
Grupo: Oficina Casa de Cultura
- Pedra de Fogo/PB
Direção: Pedro da Rabeca
Local: Arena

19h40 “Maracatú do Baque Solto”
Grupo: Águia de Fogo - PE
Direção Mestre Djalma da Silva
Local: Área de Lazer

20h30 - “O MUNDO TÁ VIRADO...”
PALCO GIRATÓRIO
Grupo Imbuaça - SE
Direção: Iradilson Bispo
Local:Área de Lazer

21h30 “PASTORIL PROFANO UM VERÃO CIRCENSE”
Grupo: Cia. Paraibana de Comédia
Direção: Edilson Alves
Local: Palco

25/09 – DOMINGO

18h00 “CENTENÁRIO DE MARIA BONITA”
Grupo: “Mulheres do Cangaço”
Direção: Pedro Cândido
Local: Palco

18h30 “BRUTA FLOR”
Grupo: Cia. De Teatro Lavoura
Direção: Jorge Bweres e André Morais
Música Incidental de Eli-Eri Moura e Marcílio Onofre
Local: Arena

19h30 “Sapateando com Artes”
Grupo: Tap Arretado Lucena/PB
Direção: Alexandra Melo
Local: Palco

20h10 “Teatro Chamado Cordel”
PALCO GIRATÓRIO
Grupo Imbuaça SE
Direção. Iradilson Bispo
Local: Área de Lazer

21h10 - “Pastoril Profano
‘’O Maior São João do mundo”
Grupo: Cia. Paraibana de Comédia
Direção: Edilson Alves
Local: Palco

OFICINAS

“Teatro de utilização de Máscaras”
Ministrante: Grupo Teatral Moitará - RJ
Data: 20/09 08
Horário: 08às12 e 14 às 16h
Local: Sala de Dança

“Cinema e Sustentabilidade no Século XX O Homem e o meio ambiente: uma relação (ainda) possível?
Ministrante: Thamara Duarte
Data: 20 a 23/09
Horário: 15 às 17h
Local:Mini-Auditório

“O Processo da Realização Audiovisual”
Ministrante: Marcus Vilar
Data: 20 a 23/09
Horário 19 às 21h
Local: Mini-Auditório

“Verso e Interação”
Ministrante: Niti Merhej
Data: 20 a 23/09
Horário: 09 às 11h
Local: Sala de Reunião

“Elaboração e Produção de Textos Teatrais”
Ministrante: Celly de Freitas
Data: 20 a 23/09
Horário: 09 às 11h
Local: Sala de Reunião

“O jogo teatral”
Ministrante: Daniel Porpino
Data: 21 a 24/09
Horário:09 às 13h
Local: Sala de Dança

“Teatro de Rua”
Ministrante: Grupo Imbuaça SE
Data: 23 e 24/09
Horário: 09 às 13h
Local: Área de Lazer

CINE SESC
Local: Mini-Auditório do SESC Centro
Data: 20 a 26/09
Horário: 18h30

20/09 - LEMON TREE
Direção: Eran Piklis
21/09 - MACHUCA
Direção: Andres Wood
22/09 - ROMA, CIDADE ABERTA
Direção: Roberto Rossellini
23/09 - AMORES BRUTOS
Direção: Alejandro Gonzales
24/09 - ARQUITETURA DA DESTRUIÇÃO
Direção: Peter Cohen
25/09 - A REGRA DO JOGO
Direção: Jean Renoir

PAREDE POÉTICA - SÓ SOMENTE
Autor: Ivaldo Gomes

Artistas Ilustradores:
Osi Nascimento-SP
Thiago Mendes-SP
Verdeee-PB
João Faissal-PB
Daniel Vincent-SP
Trapo-PB
Matheus Miguel-SP


NA MULTIDÃO/ EXPOSIÇÃO
Criação do Artista Adriano Bezerra
Data:21 A 25 de Setembro
Horário: 12 às 23 de Setembro
Local: Hall da Àrea de Lazer

REFORMATÓRIO/EXPOSIÇÃO
Artistas: Netto Ribeiro, Helder Nóbrega e Adriano Bezerra
Data: 21 à 25 de Setembro
Local: Espaço Soneca
Horário: 12 às 22 Horas

ESPAÇO "DIÁRIO DE FRIDA KAHLO"
Performances Moda / Dança/ Teatro
Data: 21 à 25 de Setembro
Local: Reformatório
Horário: 18 Horas
Com os atores: Edilete Bezerra, Elias Lima e Netto Ribeiro

domingo, 11 de setembro de 2011

Viva o Socialismo

Hoje dia de lembrar o 11 de setembro. Foi num dia como esse que Salvador Allende, presidente legítimo do Chile, teve que se suicidar com toda sua guarda pessoal, para não se entregar as forças da ditadura militar que os EUA determinou que acontecesse na América Latina. 11 de setembro. Lembro muito bem.

sábado, 10 de setembro de 2011

E viva o 'socialismo'

 

Publicada a Lei Santiago


Rubens Nóbrega

Fonte: http://jornaldaparaiba.globo.com/coluna.php?id=11560


Publicada ontem no Diário Oficial do Estado a lei que autoriza a mui polêmica e famosa permuta de terrenos entre o Estado e uma imobiliária da Capital. Está legalizado, portanto, um negócio que se a Justiça não impedir consumará na prática, est e oeste na Viúva, verdadeira doação de valioso bem público a um particular.

A Lei, sob o número 9.437, datada de 6 de setembro do ano da graça de 2011, traz a assinatura de seu aparente autor, o governador Ricardo Santiago, digo, Ricardo Coutinho. Pelo que li, saiu do jeito que o principal interessado quer e o diabo gosta: sem nada que amarre a construção do tão propalado shopping no terreno público a ser doado.
 

Insisto que é doação porque se ela não for barrada judicialmente o imóvel pertencente ao Estado, conhecido como terreno da Acadepol, em Mangabeira, vai sair de graça para o donatário. Isso mesmo: de graça! Eis uma verdade que até uma nulidade em aritmética, feito o colunista, é capaz de provar. Vamos lá, então.

De acordo com a Lei nº 9.437/2011, os valores dos terrenos a serem permutados são aqueles definidos pela Comissão Estadual de Avaliação da Superintendência de Obras do Plano de Desenvolvimento do Estado (Suplan). Sendo assim, o terreno público (Mangabeira) vale R$ 13,9 milhões e o particular (do Geisel), R$ 10,9 milhões.
 

 A lei também diz que "havendo diferença pecuniária em favor do Poder Executivo, esta deverá ser paga acrescida de valor igual a, no mínimo, 100%". Agora, façamos as contas: a diferença de R$ 13,9 milhões para R$ 10,9 milhões é igual a R$ 3 milhões, que “deverá ser paga acrescida de valor igual a, no mínimo, 100%”.
 

Com isso, a empresa que vai ficar com o terreno de Mangabeira terá que pagar ao Estado um total de R$ 6 milhões, na forma de “bens, obras, serviços ou dinheiro que deverão ser revertidos em ações de segurança”, conforme reza o próprio texto da lei. Bem, pelos números a que chegamos até aqui, teríamos um negócio bem vantajoso para o Estado. Teríamos, caríssimas e caríssimos, não fosse por um detalhe.
 

O detalhe é o seguinte: o terreno do Geisel que a Suplan avaliou por R$ 10,9 milhões foi vendido há menos de três anos pelo Estado ao atual dono pela bagatela R$ 2,6 milhões. Com isso, o proprietário daquele imóvel está ganhando nada menos que R$ 8,3 milhões na revenda e o Estado levando um prejuízo de R$ 8,3 milhões na recompra.
 

Agora, vejamos: se a ‘volta’ da permuta é de R$ 6 milhões e o dono do terreno do Geisel está ganhando R$ 8,3 milhões no negócio, então o seu lucro é de nada menos que R$ 2,3 milhões, que equivaleriam à ‘volta’ ou ao troco que o Estado deve ao particular para poder ficar com o terreno menor e menos valorizado.
 

Resumindo: o cara vai receber o terreno da Acadepol de graça e ainda embolsar R$ 2,3 milhões porque o terreno a ser dado em troca ele comprou por R$ 2,6 em 2008 e está devolvendo ao Estado em 2011 por R$ 10,9 milhões. Pense um negócio da China! Melhor ainda: vai poder fazer o que quiser com super valorizados 8,5 hectares que receberá gratuitamente do Governo do Estado.
 

Sim, porque apesar dos insultos à inteligência popular espalhados em outdoors pela cidade, todo mundo sabe que foi a maioria governista na Assembléia que votou contra o Mangabeira Shopping que a oposição quis amarrar, mediante emenda, na lei que agora podemos batizar de Lei Roberto Santiago, em homenagem ao seu maior inspirador e beneficiário.
 

Não dá pra esquecer nem esconder que por decisão de governo foram patroladas e aterradas em plenário as tentativas da oposição de submeter o terreno de Mangabeira a uma concorrência pública, como seria verdadeiramente republicano e do mais elevado interesse público, além de obrigar a construção de um shopping no local.
 

Essas propostas, reunidas sob a emenda Gervásio Filho, foram impiedosa e surpreendentemente derrotadas pelo governo. 
Surpreendente porque foi com essa história de shopping que o governador Ricardo Santiago, digo, Ricardo Coutinho, foi com tudo pra cima de quem questionava o troca-troca, jogando o povo de Mangabeira contra os questionadores.
 

Nas discussões sobre a matéria na Assembléia foi que deram fé de que no projeto de Sua Majestade não tinha menção alguma a shopping. Aí a oposição tentou corrigir e foi surpreendida com a decisão dos governistas de votarem fechado no texto original encaminhado pelo Palácio da Redenção, ou seja, sem licitação e sem shopping.
 

Apesar disso, apesar de tudo isso se passar sob acompanhamento direto da imprensa livre e vigilância da população consciente, quem realmente tentou favorecer o povo de Mangabeira e o progresso da cidade foi alvo da mais cínica e deslavada mentira que um grupo político já utilizou na Paraíba para queimar o filme do adversário.
 

E o que sobrou até aqui desse deprimente episódio para a moralidade pública, além da certeza de que o homem mais rico da Paraíba está em vias de receber de graça do governador do Estado um terreno público que na verdade vale no mínimo R$ 21 milhões, segundo avaliação da Caixa Econômica Federal?
 

Sobrou a certeza de que graças à lei sancionada pelo mesmo governador o provável futuro dono do terreno da Acadepol poderá fazer o que bem entender do imóvel, inclusive dividi-lo em lotes, colocar esses lotes à venda e apurar no mínimo R$ 70 milhões. Limpos, líquidos e certos.
 

Poderá também construir uma casa de shows na área, que se presta ainda para abrigar condomínios de luxo e, quem sabe, até mesmo um shopping. Mas nada disso está assegurado porque a Lei Roberto Santiago parece ter sido pensada exatamente para deixar o seu patrono inteiramente à vontade quanto ao destino do imóvel que lhe pode aumentar a fortuna em pelo menos mais R$ 23,3 milhões.
R$ 23,3 milhões que resultam da soma de R$ 21 milhões (valor real mínimo do terreno da Acadepol) mais R$ 2,3 milhões (lucro da operação de revenda do terreno do Geisel ao Estado).

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Bom dia da Independência. De quem mesmo?

Um mergulho na prostituição de luxo do Congresso 

 

Fonte: http://www.brasil247.com.br/pt/247/poder/10594/Um-mergulho-na-prostitui%C3%A7%C3%A3o-de-luxo-do-Congresso.htm
 
 
Um mergulho na prostituição de luxo do Congresso Foto: REPRODUÇÃO

Reportagem da revista meiaum e do Brasília 247 revela os meandros do comércio sexual no coração do poder

04 de Agosto de 2011 às 17:54
 
Rafania Almeida – Políticos gostam de holofotes, de aparecer. Nem sempre. Também atuam por trás das cortinas, no escuro, debaixo dos lençóis. Em casas noturnas, flats, apartamentos funcionais e até no local de trabalho. Pagando por isso, claro. Como fazem homens em geral, independentemente da atividade profissional, dirão. E especialmente quando têm dinheiro e poder. Por que deputados e senadores seriam diferentes?

O problema é que o negócio da prostituição corre solto nos prédios do Congresso Nacional. Em corredores, gabinetes e às vezes no plenário, garotas insinuantes se oferecem, são agenciadas por cafetões de terno e gravata e cortejadas aberta ou discretamente por algumas de Suas Excelências. Não há liturgia do poder que resista.

O mais grave é que algumas são pagas com o dinheiro público, contratadas por parlamentares para "trabalhar" em seus gabinetes. Mas nos gabinetes não trabalham, naturalmente. Passam todos os dias pelo Congresso só para bater o ponto e receber horas extras. As tarefas que executam são fora do expediente.

A meiaum passou três semanas no Congresso conversando e observando. Garotas de programa só para VIPs abriram suas "caixas de pandora" e revelaram como trabalham. Contaram preferências de políticos que conheceram nos dias de sessões e nas noites de prazer. Agenciadores também falaram sobre suas atividades e tentaram recrutar a repórter.

Jovens que acabaram de chegar à maioridade têm rendimento mensal de dar inveja a marajás. Algumas garotas são bilíngues, moram em bairros nobres, têm o corpo aperfeiçoado por dispendiosas cirurgias estéticas e roupas de grife, geralmente presentes de clientes. "Se os políticos fizerem greve, as putas de Brasília quebram as pernas", afirma uma delas.

I Evangélico e solteiro procura

Cabelos negros, compridos e olhos marcados pela maquiagem exagerada. A beleza não é de chamar a atenção. Por isso ela usa as roupas justas, muito apertadas na região da paixão nacional, em cores fortes. Quase todos têm histórias dela para contar.

Seu trabalho é coletar assinaturas de deputados em projetos de lei. Há muitas meninas fazendo isso nos corredores da Câmara. Ela faz há dez anos, mas não se limita às assinaturas. Não faz cerimônia. Chama muitos parlamentares pelo primeiro nome, com intimidade.

Distancia-se para conversar com um deputado, a jornalista espera. Volta e é clara: "Você precisa ser simpática. Sorria. O deputado gostou de você. Vou arrumar uma 'matéria' com ele para você".
Ela estava se recusando a dar entrevista e não queria falar nem quanto ganha ("menos de R$ 3 mil", cedeu). Só aceitou conversar quando o deputado lhe perguntou quem era a moça com quem falava. "Ele mandou dizer que é da bancada evangélica e é solteiro", cochichou. "Não seja boba! Ele te traz pra cá, para o gabinete dele." Quando o deputado evangélico e solteiro volta, faz questão de apresentá-lo. Ressalta os olhos claros do homem de 46 anos, 20 a mais que a jornalista, e seu alto poder aquisitivo. Salienta que era ela a responsável pela apresentação, enquanto ele conferia o "produto".

Ele foi embora e ela repetia que mandaria a jornalista ao gabinete dele, garantindo que poderia "contar" com ela. Foi quando se sentiu à vontade para revelar que um deputado pagou sua faculdade de Direito, mas ela desistiu na metade. "Fazer Direito para quê? Ficar enfiada em uma salinha? Eu amo colher assinaturas. Amo os parlamentares. Quero fazer isso pelo resto da minha vida." E contou que comprou um apartamento de R$ 200 mil no Guará, valor que não cabe nos R$ 3 mil que diz receber.

Um homem observou a movimentação e aproximou-se: "Ela ganha muito mais por fora. Já saiu com deputados. Mas está mais para agenciadora do que agenciada. Se quiser, te consigo uma vaga aqui e você vai parar rapidinho em um gabinete". Fez a mesma recomendação que a moça da roupa de cores fortes. "É só ser mais simpática e fazer o que pedem. Pode ser amante, mas não precisa ser fixa."
Um bom desempenho poderia render à jornalista até R$ 10 mil por mês, segundo o rapaz.

II O charme das assinaturas

Belas e ousadas. Esse é o perfil das garotas das assinaturas da Câmara. O objetivo é conseguir pelo menos 171 assinaturas para um projeto. Em meio às garotas é possível encontrar poucos homens, e há duas ou três senhoras que já estão lá há anos na função. Poucas meninas não chamam a atenção pela aparência. Nem todas vão além do recolhimento de assinaturas, mas não são poucas as que buscam mais do que isso.

Uma delas, de pernas grossas e quadril abundante, se destaca pelo tamanho do vestido. A jaqueta jeans esconde um pouco, mas nada desmerece as curvas da pequena moça em cima de seu salto 15 cm. Alguns disfarçam, enquanto outros quase quebram o pescoço para conferir o corpo dessa e o de outras meninas. Há parlamentares que nem assinam, mas fazem questão de dar uma paradinha para cumprimentá-las. A simpatia é mesmo arma de trabalho, às vezes exacerbada.

As moças não trabalham todos os dias, apenas em dias de sessão, de terça a quinta-feira. É no banheiro do corredor das lideranças que abrem o bico sobre suas aventuras políticas. "Aquele velho me levou para a tal festinha, como é pegajoso!", revela uma delas, aos risos. Outra dá dicas para aguentar, pois os "presentes valem a pena". Contam detalhes sórdidos sobre as atitudes de Suas Excelências, mas sem deixar escapar demais e se queimar no meio. Outra admite: "Eu adoro as festinhas. Vou a todas".
O colega, homem, em desvantagem na corrida pelas assinaturas, aproveita a ausência das meninas para revelar segredos: "Aquela ali mesmo era ninguém aqui. Andava de jeans e camiseta. Hoje posa em cima do salto e vestidinho brilhante, contratada pelo gabinete de um deputado". Diz que já viu meninas que ganhavam R$ 3 mil sem nenhum contrato com a Casa receberem bônus de até R$ 15 mil. "Deputado não mede esforços para conseguir o que quer, se é que você me entende", conta o rapaz. "Você não tem vontade de colher assinaturas também? Tem gente aqui que ia gostar de você", pergunta, no intuito de também ganhar um por fora.

III O ponto das mexericas

São 19 horas de terça-feira. O movimento nos Anexos II e IV da Câmara aumenta consideravelmente. É hora de bater o ponto. Pessoas chegam com filhos vindos da escola, vestindo moletom ou roupa de academia, para não perder as horas extras. As meninas se destacam. Há as que chegam de chinelo, correndo para não perder o horário, outras com os cabelos molhados, roupa justa. Entram e não demoram cinco minutos para se afastar. Têm de ser discretas. As mais espertas entram pela parte de trás do Anexo IV e pegam carona na parte da frente. Assim, fica mais difícil desconfiarem da maracutaia.

No dia seguinte, a jovem dos cabelos molhados chega religiosamente no mesmo horário. Dessa vez um pouco mais calma. Entra, volta poucos minutos depois e fica sentada no fundo do prédio. Acende um cigarro, lancha, conversa com um comerciante que fica por ali. Em dia de sessão extra, é preciso ficar pelo menos até as 20h30 para ganhar um adicional no fim do mês.
Os motoristas das autoridades as apelidaram de mexericas. Recebem uma grana, têm crachá, batem ponto e estão na lista de funcionários, mas trabalho que é bom, nada. A não ser que prestem serviço fora da Casa. "No Anexo IV é mais fácil burlar, no II o serviço é técnico e tem gente de olho", diz um funcionário há 15 anos lá.

Um homem apontado como agenciador de garotas aperta os olhos e reduz o volume da voz para falar: "Cada deputado tem R$ 60 mil para fazer nomeações. Pode chamar quem quiser, inclusive as amantes. Sai mais barato pagar uma garota pra não vir trabalhar do que ter gasto dobrado, não é?" Para ele, bobos são os que se satisfazem com R$ 1 mil mais transporte e alimentação para virarem laranjas. "Elas, não. Ganham muito bem, têm status de funcionárias da Casa e nem ficam aqui. Podem trabalhar por fora." E finaliza: "Tá interessada?"

IV Esforço que compensa

As duas moças têm beleza e grande poder de sedução. Fazem sucesso no Congresso. A mais famosa é uma loira que já ganhou de jantares românticos nos restaurantes mais caros da cidade a propostas de programa com direito a voo de jatinho. Contratada pela Câmara, desfila pelos corredores com sua beleza estonteante, que deixa até outras mulheres babando. É concorrente forte.
Apaixonados sem cacife para passar uma noite com a moça dizem que ela já foi mais humilde. "Cobrava R$ 700, mas, depois de desfilar com o mais cotado dos parlamentares e o maior fã de garotas de programa, já pede R$ 1.200 por uma noite." Apesar de trabalhar para outras pessoas, escolheu seu preferido e costuma passear com ele pelos corredores da Câmara. Ela é o biótipo de que ele gosta, por isso tem o privilégio de ser a garota eleita. "Ela é tão encantadora que tem homem sofrendo de amor, pagando presentes caríssimos para conquistá-la, mas ela prefere o dinheiro e só satisfaz aqueles dispostos a pagar-lhe", revolta-se um admirador.

A outra não mediu esforços para fazer contatos no Congresso e conseguir uma carteira de clientes de respeito e contas bancárias milionárias. A espertinha conseguiu crachá falso que lhe dava acesso ao plenário, onde podia fazer, literalmente, o corpo a corpo com os deputados. Certa vez, armou uma confusão e foi barrada pelos seguranças, que descobriram a falcatrua do crachá.

E quem disse que isso a impediu de conquistar seu objetivo? Já havia tido o tempo necessário de fazer "amizade" com parlamentares e garantir um lugar ao lado deles no elevador de autoridades, onde não importa o crachá, mas o poder do deputado ou do senador. Segurança algum ousa levantar a voz para ela. Fez, aconteceu e conseguiu uma vaga no Senado. Trabalhava no cerimonial, mas foi demitida pelos sucessivos barracos que aprontava. Foi indicada para trabalhar na Procuradoria-Geral da República, onde passava apenas para deixar a bolsa e voltar ao Congresso para dar duro. Bastaram os três meses de experiência para ser demitida e voltar ao Senado, no emprego em que está até hoje.
E ainda aproveita para fazer propaganda do negócio que mantém fora, com serviços que custam R$ 1.200 por noite.

V A calcinha vermelha

A noite brasiliense é um paraíso para as aventuras de políticos. Os lugares favoritos são a casa de shows Pathernon, no Setor de Indústrias Gráficas, e a boate do Hotel Bonaparte, na Asa Sul. Abrigam as jovens mais bonitas e mais caras e os ambientes mais discretos. Seguranças, motoristas e assessores figuram como amigos, para que ninguém desconfie de nada. Elas comem e bebem do bom e do melhor por conta de Suas Excelências.

"Sempre me alimento melhor quando o cliente é político. Eles querem mostrar que podem e nisso não economizam." Miriam é encantada por eles. Na cama da menina de 18 anos, eles se transformam em pessoas carinhosas, preocupadas, atenciosas: "Está com frio? Eu cuido de você". Se é governador então, melhor ainda, ela diz. Ela não se esquece do prefeito mineiro que atendeu durante uma das marchas dos prefeitos. "Ele continua me ligando, mesmo não estando aqui."

Diz que o dinheiro dos políticos garantirá a ela, em breve, um apartamento no Sudoeste. Por hora, preocupa-se apenas em se manter bonita e pagar o aluguel de R$ 2 mil do flat no bairro nobre. Em julho, nas férias, aceita fazer programa com pessoas de menor poder aquisitivo. Cobra R$ 400 a hora, dependendo do tipo de trabalho. "É apenas para manter o meu padrão de vida, mas eu gosto mesmo é quando o Congresso está funcionando. Ganho muito mais."

Sem os políticos, diz, "as putas da cidade quebram as pernas". Foi com um deputado nordestino que teve uma de suas noites mais inusitadas. Achou que a calcinha vermelha rendada que ele tirou do bolso do paletó era presente para ela. Ainda agradecia quando o deputado deixou-a boquiaberta: ele se despiu e vestiu a lingerie. "Ele desfilava pelo quarto como uma lady. Andava na ponta dos pés, sorria, parecia uma miss."

Enquanto ela sorria discretamente e o elogiava, descobriu que seu papel naquela madrugada não seria o da menina inocente e sedutora, mas o do homem da relação. Depois disso, nunca mais o viu.

VI A gaveta das notas de R$ 100

Mesmo recebendo R$ 26 mil por mês, fora verbas indenizatórias, há parlamentares que pechincham muito ao negociar com as garotas de programa da cidade.

Viviane, loira de seios naturalmente fartos, não aceitou barganhar com dois deles, que pediram que ela e a amiga baixassem o preço do programa no apartamento funcional. "Nunca faria isso. Deveriam é pagar melhor. Eles roubam dinheiro do povo, incluindo o meu, e não perderia a oportunidade de tirar uma boa verba deles." Viviane os conheceu em um famoso restaurante da Asa Sul. A sofisticação dela chamou a atenção dos dois parlamentares. Ela bebia um uísque Jack Daniel's quando foi abordada. Disse que sairia com as duas excelências se eles estivessem dispostos a pagar. Eles aceitaram, mas só reclamaram do preço no encerramento dos trabalhos.

A loira prefere sair com altos funcionários do governo. Foi com eles que conheceu uma mansão no Lago Sul, com piso de mármore Carrara e um quarto com uma gaveta de mais de um metro de comprimento, de onde um dos clientes tirava notas e mais notas de R$ 100 para impressioná-la. O grande trunfo da jovem de 24 anos, que chega a ganhar R$ 30 mil por mês, é um lobista famoso. "Ele tira bolos de dinheiro do bolso para pagar tudo", conta. Já o viu gastar R$ 2 mil em um jantar para quatro pessoas em um restaurante.

Viviane ainda não está satisfeita. Quer o contato de uma mulher que promove festas no Lago Sul para políticos, com a presença de mulheres famosas e capas de revista, cujos programas saem por, no mínimo R$ 13 mil. "E ainda quero desfilar no Congresso para incrementar minha renda."

VII 19 anos, R$ 25 mil na bolsa

Morena, 1,63 metro, 55 kg, cabelos negros, 400 ml de silicone em cada seio, 19 anos. É no Pathernon que Rayka mostra o corpo e o talento para atrair homens. "O segredo é não se atirar. Quem tem dinheiro gosta de seduzir." Enquanto as colegas partem para cima dos engravatados, ela joga o charme de longe.

É quando prefeitos, clientes assíduos da casa quando estão na cidade, não economizam para conseguir uma noite com ela. Cinco meses atrás, morava em Goiânia e ganhava pouco. Hoje tira R$ 25 mil por mês, fora presentes, como R$ 4 mil em roupas em um shopping caro da cidade. Tudo graças aos clientes financeiramente favorecidos, como empresários e parlamentares, além dos "queridos prefeitos" que pagam até R$ 3 mil para uma noite com a moça. "Sou a mulher que eles querem que eu seja. Executiva, moleca, devassa. Eles me pagam para isso." Já fez papel de namorada, de sobrinha. Para isso, estuda espanhol e inglês. Precisa estar sempre disposta, social e apresentável para não levantar suspeitas. Goianos e gaúchos são os mais seduzidos pelos encantos de Rayka. "Também são os mais exigentes", assegura. Na hora da fantasia, vale tudo, com pagamento sempre em dinheiro, não importa o valor.

Programa bom é programa ilegal

Garotas de programa circulam abertamente pelo Congresso, mas deputados e senadores não querem reconhecer a profissão que elas exercem. Em 2003, o então deputado Fernando Gabeira, do Partido Verde, apresentou proposta de regulamentação da profissão, com base em reivindicações de organizações da categoria. Ouviu mulheres que já haviam abandonado o sexo como trabalho e outras que ainda sobreviviam disso.

Mas de nada adiantaram os depoimentos dramáticos de mulheres que sofrem nas mãos de cafetões. Em 2007, o relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), ACM Neto (DEM-BA), deu parecer contrário e a proposta foi derrotada.

Gabeira afirma que ACM Neto tem uma visão equivocada do projeto, achando que aprová-lo seria uma afronta à família. "Essas mulheres usam o corpo para sustentar suas famílias", diz. O ex-deputado pega no ponto: "É um problema de consciência e contradição no discurso".

O projeto de Gabeira previa fiscalização profissional e, com isso, o risco ao já ilegal emprego de agenciadores, que fazem a intermediação entre os parlamentares e as garotas de programa. Gabeira diz que um grupo de deputados tenta ressuscitar o projeto e colocá-lo em tramitação. As organizações não governamentais envolvidas no assunto tentam fazer um movimento em prol do projeto, mas não há nenhuma garantia de que seguirá adiante.

Já o deputado João Campos (PSDB-GO) pretende acabar com a prostituição. Apresentou um projeto de lei que criminaliza o pagamento por serviços sexuais. Outras propostas parecidas já foram apresentadas e arquivadas, como a do então deputado Elimar Máximo Damasceno, eleito pelo extinto Prona em São Paulo.

sábado, 3 de setembro de 2011

As Vinte e Cinco Principais Qualidades Transcendentais de Srimati Radharani


04 de setembro, é aniversário de SRIMATI RADHARANI, consorte de KRSNA. Ou a porção feminina de DEUS. Ela representa a satisfação suprema de DEUS. Pois DEUS criou a mulher para ser adorada por ele. Pena que os HOMENS com sua baixa compreensão ainda as mate, bata e subjulgue. Tudo uma questão de ignorância. Fazer o quê? Refazer o caminho. Sempre. Até acertar.
Um abraço,
Ivaldo Gomes




---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Giridhari Das
Data: 31 de agosto de 2011 06:48



As Vinte e Cinco Principais Qualidades
Transcendentais de Srimati Radharani

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Trecho do Capítulo 4 do Sri Ujjvala Nilamani

Srila Rupa Gosvami

As vinte e cinco principais qualidades transcendentais de Srimati Radharani são: (1) Ela é muito doce, (2) é sempre viçosamente jovem, (3) possui olhos inquietos, (4) sorri radiantemente, (5) possui linhas belas e auspiciosas, (6) faz Krsna feliz com Seu aroma corpóreo, (7) é muito perita em cantar, (8) Sua fala é encantadora, (9) é muito perita em brincar e falar de modo aprazível, (10) é muito humilde e meiga, (11) é sempre plena de misericórdia, (12) é esperta, (13) é perita na execução de Seus deveres, (14) é tímida, (15) é sempre respeitosa, (16) é sempre calma, (17) sempre grave, (18) é destra no desfrute da vida, (19) situa-Se no mais elevado nível de amor extático, (20) é o reservatório dos assuntos amorosos de Gokula, (21) é a mais famosa entre todos os devotos submissos, (22) é muito afetuosa para com pessoas mais velhas, (23) é deveras submissa ao amor de Suas amigas, (24) é a gopi principal e (25) sempre mantém Krsna sob Seu controle. Resumidamente; assim como Krsna, Srimati Radharani possui ilimitadas qualidades transcendentais de forma, mente e palavras. Essas qualidades transcendentais são todas manifestas em Srimati Radharani e podem ser claramente vistas nEla. A expressão completa das mesmas não pode ser vista em ninguém mais.

1. Doçura. A doçura de Srimati Radharani é descrita na seguinte declaração, na qual Paurnamasi diz: A beleza dos olhos de Radharani violentamente devora a beleza de uma flor de lótus azul recentemente crescida, e a beleza de Sua face supera aquela de uma floresta inteira de lótus plenamente desabrochados. Seu lustre corpóreo parece impor mesmo ao ouro uma situação dolorosamente constrangedora. Deste modo, a beleza maravilhosa e sem precedentes de Radharani está despertando em Vrndavana.

2. Viçosa juventude. As gopis mensageiras dizem a Radharani: Ó Radharani de cintura delgada, estás agora bem equipada para a batalha amorosa. Teus quadris são Tua quadriga; Teus seios, duas Sudarsana-cakras; Tuas sobrancelhas são dois opulentos arcos; e Teus olhos, duas flechas velozes. O cupido agora nomeou Krsna, o mestre das vacas surabhis, como o general do exército oposto. O general Krsna está agora lutando no campo de batalha de Teu corpo puro e transcendental. Muito embora estivesses deveras confiante da vitória, Ele está agora saqueando a opulência régia de Teu corpo divino. Ele está levando embora Tua riqueza como o espólio do vencedor.

3. Olhos inquietos. Krsna a Radharani: Minha querida Radharani de rosto de lua, o relâmpago aprendeu com Teu olhar de soslaio a arte de mover-se rapidamente, ou o Teu olhar de soslaio aprendeu isso com o relâmpago? Acredito que o Teu olhar de soslaio deva ser o professor e o relâmpago o aluno dele, pois Teu olhar é tão ligeiro que capturou até mesmo Minha veloz mente.

4. Sorriso radiante. Visakha diz a Radharani: Agora que Ele vê na lua de Tua face a linha de Teus lábios, a partir dos quais flui o néctar de Teu sorriso; o mais belo dos pássaros cakora, Krsna, repentinamente voa ao ar, empolgado em bem-aventurança transcendental.

5. Linhas belas e auspiciosas. Madhumangala diz a Krsna: Ó Krsna, Ó matador de Aghasura, anima-Te! Vê! Aqui estão pegadas trazendo as linhas do brinco, da trepadeira, da flor, do bracelete e da lua crescente. Estas têm de ser as pegas de Radharani. Estas pegadas proclamam que este é o lugar onde Radharani está escondida.

6. Alegramento de Krsna com o próprio aroma corpóreo. Tungavidya diz a Radharani: Minha querida rainha de Vrndavana, Ó amada de Madhava, não tentes inutilmente esconder-Te entre essas trepadeiras a florirem. Minha amiga, a intoxicante fragrância de Teu corpo transcendental revelará Teu lugar de esconderijo a Krsna, o rei dos abelhões. Ele Te encontrará, capturar-Te-ás violentamente e impetuosamente beberá o néctar de Teus lábios. Portanto, que utilidade há em tentares Te esconder dEle?

7. Perícia no cantar. Vrnda-devi diz a Radharani: Ó Radharani, realiza, por favor, um maravilhoso festival de música vocal no quinto modo, o qual atrai todos os cervos. Não Te preocupes, o irritado Abhimanyu não poderá ver Krsna correndo para encontrar a fonte desse cantar.

8. Fala encantadora. Krsna a Radharani: Ó Radharani de rosto belo, que doçura é essa presente nas palavras de Tua boca? Tal doçura desespera o cuco e torna a doçura do néctar completamente insignificante em comparação.

9. Perícia em brincar e falar de modo aprazível. Radharani a Krsna: Meu querido Krsna, és Tu o professor de Tua flauta ou é a flauta o professor Teu? Eu não sou capaz de dizer, haja vista que vós ambos não executais nenhuma outra atividade senão roubar os princípios religiosos das mocinhas respeitáveis.

Radharani a Krsna: Ó Senhor que torna a piedade próspera, cuja santidade é muito famosa e que Se tornou eternamente purificado em virtude da auspiciosa adoração dos castos seios das gopis; por favor, sê bondoso coMigo. Banhei-Me cuidadosamente para a adoração ao deus-sol. Por favor, não toques Meu corpo agora.

10. Humildade e meiguice. Nadimukhi a Krsna: Todos em Gokula sabem como os superiores de Radharani franzem suas sobrancelhas e proíbem-nA de ver-Te. Embora Ela humildemente cumpra todas as suas demandas; tão logo Ela veja uma única vaca surabhi à noite, Ela imediatamente deixa Seu lugar e corre para ver-Te.

Radharani às Suas amigas gopis: Nos passatempos de Minhas discussões com Krsna, Eu repetidamente ofendi o Senhor, e, por essa razão, tornei-Me famosa como Radha. Ó gopis amigas de cintura fina; graças à guirlanda de flores florescente em misericórdia dada a Mim por vós gopis, Krsna novamente aceitou-Me. Não há outra razão para Ele aceitar-Me além da misericórdia de vós.

11. Plenitude de misericórdia. Vrnda-devi a Paurnamasi: Vendo um bezerro, cuja boca estava perfurada por uma palha afiada, Radharani sentiu-Se muitíssimo infeliz. Com lágrimas em Seus olhos, Ela prontamente cobriu o ferimento do bezerro com kunkuma vermelho.

12. Esperteza. Krsna a Madhumangala: Quando Jatila chegou repentinamente, Radharani disse: “Ó Minha amiga, Meu colar de pérolas favorito quebrou-se. Permite que Eu procure as pérolas que se espalharam”. Sob esse pretexto, Ela pôde dirigir a Mim muitíssimos olhares amorosos e encantadores a partir do canto de Seus olhos enquanto que, vigiada por Jatila, fingia procurar pelas pérolas.

13. Perícia. Radharani é a professora original da arte de desenhar figuras com pigmentos minerais coloridos. Sua mente é belamente decorada com a perícia da arte culinária. Na batalha de falar palavras inteligentes, espertas e espirituosas, Ela confunde até mesmo Krsna, e até mesmo Brhaspati, o guru dos semideuses. Ela é a mais erudita conhecedora da ciência de fazer guirlandas florais. Quanto à recitação de poemas, Ela é mais perita do que os papagaios. Nos passatempos de jogatina, Ela derrota até mesmo o inconquistável Krsna. Ela é perita nas artes dos passatempos de amor transcendental, e Sua inteligência brilha com todas as variedades de conhecimento.

14. Timidez. Radharani dirige-Se à Sua própria timidez com as seguintes palavras: Conquanto seja muito difícil ver Krsna, o príncipe de Vraja, Ele veio a este lugar reservado e parece estar cheio de saudades. Ó amiga timidez; por favor, recolhe-te agora de modo que Eu possa descobrir Meu rosto por um instante e enviar um olhar de soslaio para Ele.

15. Respeitabilidade. Syama: Minha amiga, estás muito magra e pálida. Se o passarinho cataki de nome Radharani Se recusar a comer, ele certamente abandonará esta condição de Vida. Radharani: O passarinho cataki de nome Radharani não aceitará nenhum alimento que não a chuva de néctar da escura nuvem de nome Krsna.

Radharani a Vrnda-devi: Muito embora Yasoda, a rainha de Vraja, esteja Me chamando, não posso ir agora. Meus superiores proibiram-Me de ir, e não Me é auspicioso desrespeitar a ordem deles. Uma gopi mais velha aborda Radharani com uma mensagem de Krsna: Ó Radharani, não notaste que esta noite é a noite de lua cheia do mês de Sravana, momento este no qual todos os desejos podem ser facilmente satisfeitos? Mukunda deseja agora derramar sobre Ti todo néctar transcendental. Minha criança, por favor, aproveita dessa oportunidade e consente em encontrar-Te com Ele. Este conselho que Te dou é o curso de ação apropriado para ser adotado por Ti. Mesmo após ouvir essas palavras, Radharani, a filha do amigo do deus-sol, Vrsabhanu, recusou ir ao encontro, enviando, em seu lugar, a gopi Citra.

16. Calma. Paurnamasi a Nandimukhi: Padma falou muitas mentiras tentando incriminar Radharani. Jatila, a mãe de Abhimanyu, levou uma guirlanda de flores supostamente dada a Radharani por Krsna e posteriormente roubada por um macaco. O afetuoso filho Saibya levou uma flor de jasmim supostamente dada a Radharani por Krsna. Ouvindo todas essas evidências, Abhimanyu ficou furioso e asperamente repreendeu Radharani. Vê Nandimukhi! Radharani é muitíssimo tolerante a todo esse abuso. Ela não responde a Seus acusadores, senão que simplesmente permanece parada em silêncio e calma.

17. Gravidade. Rupa-manjari à sua amiga: Em meio a essa férrea discussão, Radharani permaneceu muito sóbria, calma e contente. Minha amiga, essa sublime virtude é muito rara.

18. Destreza em desfrutar da vida. Radharani atira muitos olhares-dardos da lateral de Seus  arqueados e reluzentes olhos brincalhões. As trepadeiras de Suas sobrancelhas dançam alegremente. Seu rosto é iluminado pelos raios lunares de Seu sorriso de jasmim. Cintilantes brincos se balançam sobre Suas bochechas. Toda meia palavra falada por Ela é um inescrutável e poderoso mantra a fim de invocar a presença do cupido. Com todos esses atributos, Ela encanta Krsna. Com as ondas de Sua regozijante jocosidade, Ela lava o Seu coração.

19. Situada no mais elevado nível de amor extático. Radharani chorou uma grande monção de lágrimas, as quais dobraram a água no Yamuna e fizeram-nA parecer uma jóia candrakanta derretendo ao luar. Ela gaguejava, com as sílabas quebrando-se em Sua garganta. O pêlo de Seu corpo arrepiou-se, fazendo com que Se assemelhasse a uma árvore kadamba. O som da flauta de Krsna fez com que Ela parecesse uma bananeira sendo sacudida aleatoriamente por um furacão.

20. O reservatório dos assuntos amorosos de Gokula. A rainha Yasoda diz: O criador, Brahma, deve ter feito Radharani de amor transcendental. Quando quer que nós Vrajavasis A vemos, nossos corações enchem-se de amor por Ela.

21. Fama brilhante em todo o universo. Paurnamasi a Radharani: Ó belíssima Radharani, o luar de Tua fama faz com que a flor de lótus azul deste universo floresça em apreciação. Brilhando ao ouvido da rainha dos semideuses, Sacidevi, Tua fama parece um jasmim branco. Esse luar faz a vegetação dos pêlos corpóreos da esposa do Senhor Brahma, Savitri, brotar em júbilo. Essa refulgência lunar também causa o derretimento extático dos brincos de jóias candrakanta, que são os ouvidos dos devotos, e infunde grande terror em Laksmi-devi, a deusa da fortuna.

22. Grande afeição por pessoas mais velhas. Mãe Yasoda a Radharani: Não és filha de Kirtida, mas sim minha filha. O que digo é verdade. A visão de Tua face mantém-me viva. Quando olho em Teu rosto, vejo o rosto de meu próprio filho, Krsna... Ó Radharani, por que tão de repente ficaste embaraçada?

23. Grande submissão ao amor das amigas. Radharani, em meio a uma violenta discussão com Krsna, fala as seguintes palavras a Vrnda-devi: Ó Vrnda, sou sempre controlada pelo amor de Minhas amigas gopis. Ó amiga Vrnda, por favor, pergunta a esse príncipe vaqueiro, Krsna, por que Ele está Me importunando. Com grande medo, Ele deveria imediatamente fugir das casas de moças respeitáveis como Eu. Ele não conhece o poder de Minha amiga Lalita?

24. A principal gopi. Krsna a Radharani: Minha querida mocinha de olhos fascinantes, mesmo se Eu fosse atacado por muitas garotas de belas sobrancelhas, exímias arqueiras com seus olhares de soslaio inquietos e sinuosos; como Eu poderia encontrar felicidade, mesmo que por um instante, sem Ti? Não Me é possível. Eu sou tal qual o céu. Mesmo que a lua e todas as estrelas tentem iluminar o céu, ele jamais se torna verdadeiramente iluminado até que seja preenchido pela luz solar. Da mesma forma, não Me é possível tornar-Me iluminado em felicidade sem Ti. Nem Candravali, Tara ou qualquer de suas amigas podem fazer-Me feliz sem a presença de Radharani, a belíssima filha de Maharaja Vrsabhanu.

25. Ininterrupta manutenção de Krsna sob controle. Krsna diz: Minha querida Radharani, aqui estão as flores intocadas por abelhas, as muitas penas de pavões inteiras e as flores recém-desabrochadas e tão esplêndidas quanto o sol nascente. Coletei tudo isso de acordo com a Tua ordem. Sou Teu submisso criado. Por favor, ordena-Me. O que mais queres que Eu Te traga?

* * *

Srimati Radharani é glorificada em todas as literaturas Védicas. No Gopala-tapani Upanisad, Uttara-khanda, Ela é referida pelo nome de Gandharva. No Rg-veda-parisista, Ela é referida pelo nome de Radha e descrita como a companhia de Madhava. No Padma Purana, Devarsi Narada relata Suas glórias. Srimati Radharani é a potência de prazer (hladini-sakti) do Senhor Krsna, a melhor de todas as Suas potências. Ela é a forma do amor extático ao Senhor Krsna. Tudo isso é descrito nos Tantras.


Tradução de Bhagavan dasa (DvS) – Outras traduções disponíveis em www.devocionais.xpg.com.br

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Radharani – O Lado Feminino de Deus

Do site Krsna.com

 

Radharani – O Lado Feminino de Deus

 

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por Satyaraja Dasa

A compreensão Vaisnava da Verdade Suprema fornece uma resposta satisfatória para a pergunta “Deus é masculino ou feminino?”.

Essência da beleza e da relação,
Quintessência da compaixão e bem-aventurança,
Corporificação da doçura e do brilho,
Epítome da arte, da graciosidade no amor:
Que minha mente se refugie em Radha,
A quintessência de todas as essências.

—Prabodhananda Sarasvati

Minha irmã Carol se tornou uma feminista radical nos últimos anos. Eu acompanhei seu desenvolvimento. Depois de ter devorado um livro após o outro sobre patriarcalismo e sociedades construídas por machistas, ela veio me procurar – seu irmão, que adora um Deus “masculino” –, vítima de filósofos sexistas, ludibriado por homens sem consideração pelas mulheres. Em outras palavras, ela sabia que eu adorava Krsna, que é claramente masculino, e isto era suficiente para ela me colocar em pé de igualdade com aqueles que diminuem as mulheres. Ela ficou um pouco confusa, todavia, quando viu que eu não a contra-ataquei como machista, e, apesar de minha adoração a um Deus masculino, eu não diminuía as mulheres. Ela se deu conta que eu era lúcido demais para ser confrontado diretamente.
“Por que você adora aquele garoto azul Krsna?”, ela perguntou. “Por que você imagina Deus como masculino? Por que não imaginar Deus como feminino?”.
“Bom”, eu respondi rápido e irritado, como se uma conversa de dois minutos pudesse resumir a perspectiva teológica de uma pessoa: “Ele é Deus”. “E além do mais”, eu adicionei, “nós não imaginamos Deus como queremos. Aprendemos sobre Ele a partir das fontes autorizadas, as escrituras, sejam os Vedas, da Índia, ou escrituras ocidentais, como a Bíblia e o Corão”.
“Como você pode saber?”, ela perguntou. “Talvez esses livros estejam enrolando você. Eu diria que Deus teria de ser a mulher suprema, com toda a sensibilidade e elegância que isso implica”.
“Mas isso não é sexismo, apenas vindo da direção oposta?”
Eu esperei que aquela pergunta a fizesse pensar duas vezes.
“Se, por fim, Deus fosse a mulher suprema, isso não deixaria o homem fora da equação? Não se estaria dizendo que a forma da mulher é melhor do que a forma do homem? Você seria culpada por aquilo que você culpa a religião patriarcal”.
Depois de uma pausa, ela retrucou: “Mas você continua dizendo que Deus é homem...”.
“Primeiramente”, eu a interrompi, “de acordo com a consciência de Krsna, Deus é tanto masculino quanto feminino. Não é uma visão mais igualitária de Deus?”.
“Bom, talvez – se for verdade”, ela disse ainda descrente de uma tradição (e de um irmão) que ela havia se treinado para ver como sexista.
“Veja bem”, eu disse, “Krsna é descrito como Deus na literatura Védica porque Ele tem todas as qualificações de Deus. Por que você sabe que o Presidente dos Estados Unidos é o Presidente? Porque ele tem as qualificações do Presidente. Ele tem certas credenciais. Não é que você possa simplesmente “imaginar” que alguém é o presidente e então – puf! – ali está o presidente. Não. Assim, se você estudar Krsna seriamente, você verá que Ele possui todas as opulências: força, beleza, riqueza, fama, conhecimento e renúncia. Qualquer um que tenha todas as essas qualidades em plenitude é Deus”.
Ela estava ficando agitada. Ela já me ouvira falar aquela definição de Deus e pensou que eu estava fugindo do assunto de Deus ser feminino.
“Mas a consciência de Krsna vai além”, eu continuei. “Radharani é a manifestação feminina de Deus. Ela é a mulher suprema. Então, vemos Deus tanto como masculino quanto como feminino”.
A Carol sorriu. Ela tinha uma carta atrás da manga.
“Se vocês reconhecem que Deus é tanto masculino quanto feminino, por que o principal mantra de vocês – aquela oração que você canta o tempo todo – é focado em Krsna, o aspecto masculino de Deus?”.

O “Ela” do Maha-mantra

O que minha cara irmã não sabia era que o maha-mantra é uma oração primeiro a Radha, e depois a Krsna.
“Você conhece o mantra que eu canto, sobre o qual você está falando?”
Ela o recitou: “Hare Krsna, Hare Krsna, Krsna Krsna, Hare Hare / Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare”.
Eu fiquei feliz em ver que ela sabia o mantra.
“Você sabe o que significa Hare?”.
“Não”, ela admitiu.
“É uma forte súplica a Radha. Por ‘Hare’, nós nos referimos à Mãe Hara, outro nome de Radha, de forma suplicante. Hare é a forma vocativa de Hara. Basicamente, o mantra está pedindo à Mãe Hara, Radha, que ‘por favor, ocupe-me no serviço ao Senhor’.”
“Quer dizer que o cantar de Hare Krsna é uma oração à forma feminina de Deus?”.
“Perfeito”.
Aquilo chamou sua atenção.
“Diga-me uma coisa”, ela disse com sua crescente curiosidade, “o que significa a palavra Radha?”.
“Significa ‘aquela que melhor adora Krsna’.”
“Aha!”, minha irmã disse com o dedo indicador em riste. “Então Radha não é Deus. Se Ela é a melhor adoradora de Krsna, ela é obrigatoriamente distinta dEle!”.
“Isso não é verdade”, eu disse. “Deus é a pessoa que faz tudo melhor. Como Krsna diz no Gita, Ele é o primeiro e o melhor em todos os campos. Das montanhas, Ele é o Himalaia; dos corpos d’água, Ele é o oceano, e assim por diante. Então, dos adoradores dEle, Ele também é o melhor [a melhor]. Quem poderia adorar Krsna melhor do que Ele mesmo? Ninguém. Dessa maneira, Ele se manifesta como Radha, Sua forma feminina, e mostra que Ele é Seu melhor adorador. Como Radha, Ele é o Deus adorador; e, como Krsna, Ele é o Deus adorado. Ambos igualmente excelentes”.
“Hmm. Fale-me mais”, ela disse.
“Tudo bem, mas pode ficar um pouco técnico”, eu disse. “Do ponto de vista Vaisnava, ou da consciência de Krsna, a energia feminina divina (shakti) implica uma fonte de energia divina (shaktiman). Assim, quando a deusa se manifesta nas várias tradições Vaisnavas, ela sempre tem uma contraparte masculina. Sita se relaciona com Rama; Laksmi corresponde a Narayana; Radha com Krsna. Uma vez que Krsna é a origem de todas as manifestações de Deus, Sri Radha, Sua consorte, é a fonte de todas as shaktis, ou energias. Ela é, portanto, a Deusa original”.
“O Vaisnavismo pode ser visto como uma espécie de Shaktismo, no qual a purna-shakti, a mais completa forma da energia feminina divina, é adorada como o aspecto mais proeminente da divindade, até mesmo eclipsando o Supremo masculino em alguns aspectos. No Sri-Vaisnavismo, por exemplo, Laksmi (uma expansão primária de Sri Radha) é considerada a divina mediatriz, sem a qual o acesso a Narayana não é possível. Em nossa tradição da consciência de Krsna, Radha é aceita como a Deusa Suprema porque Ela controla Krsna com Seu amor. Vida espiritual perfeita só é obtenível por Sua graça”.
“Na tradicional literatura Vaisnava, Krsna é comparado ao sol e Radha ao brilho solar. Ambos existem simultaneamente, mas um vem do outro. Ainda assim, dizer que o sol existe antes do brilho solar é incorreto – tão logo existe sol, existe brilho solar. E o mais importante: o sol não tem significado sem brilho solar, sem calor e luz. E calor e luz não existiriam sem o sol. O sol e o brilho solar, portanto, coexistem, um igualmente importante para a existência do outro. Pode-se dizer, então, que eles são simultaneamente unos e distintos. Eles são, em essência, uma única entidade – Deus – que se manifesta como dois indivíduos distintos com o objetivo de se relacionarem interpessoalmente.
“Deixe-me ler algo sobre isso para você do Caitanya-caritamrta [Adi-lila 4.95-98]: ‘O Senhor Krsna encanta o mundo, mas Sri Radha encanta até mesmo Krsna. Assim, Ela é a Deusa suprema de tudo. Os dois não são diferentes, como evidenciam as escrituras reveladas. E, ao mesmo tempo, eles são unos, assim como o almíscar e sua essência são inseparáveis, ou como o fogo e seu calor não são diferentes. Enfim, Radha e Krsna são um, embora Eles tenham aceitado duas formas para desfrutarem de um relacionamento”.
“Mas Krsna continua sendo a fonte. Ele é predominante”.
“Apenas em um sentido”, eu disse. “Em termos de tattva, ou ‘verdade filosófica’, Ele é predominante. Mas em termos de lila, ou ‘divinas atividades amorosas’, Radha predomina sobre Ele. E lila é considerado mais importante do que tattva”.
Carol estava deslumbrada.
“Eu não tinha a menor idéia disso tudo”, ela disse.
“Poucas pessoas têm”, eu disse a ela. “É por isso que os devotos trabalham duro na distribuição dos livros de Prabhupada – queremos que este conhecimento seja de todos”.
Carol me prometeu que iria começar a experimentar o maha-mantra e que nunca mais iria julgar prematuramente uma religião, especialmente a consciência de Krsna. Também me pediu por uma oração que se focasse na posição suprema de Radharani, algo que ela pudesse cantar para se lembrar que a consciência de Krsna reconhece – até mesmo enfatiza – uma forma feminina de Deus. Eu pensei por um instante e, então, compartilhei com ela um mantra composto por Bhaktivinoda Thakura, um grande mestre espiritual do começo do século XX:

atapa-rakita suraja nahi jani
radha-virahita krishna nahi mani

“Assim como não há tal coisa como sol sem calor e luz, eu não aceito um Krsna que está sem Sri Radha!” (Gitavali, Radhashtaka 8)
Carol estava deslumbrada. Ela me revelou em confidência que há muito orava por uma tradição religiosa que não fosse sexista, que reconhecesse uma forma feminina do Divino. É claro que ela não estava plenamente convencida que Radha era essa religião, mas ela já estava, agora, desejosa de ouvir, já se abrira um pouco à consciência de Krsna. Ela estava inclinada a começar com as práticas de base, como o cantar e a leitura dos livros de Srila Prabhupada. Ali estava uma tradição que finalmente parecia atender a sua demanda, que satisfaria suas necessidades feministas. Radharani era o sonho da minha irmã que se tornava realidade – a resposta a uma prece feminista.

A Melhor das Gopis

Sri Radha é, dentre todas as gopis – vaqueiras namoradas do Senhor Krsna – a original. Ela é capaz de comprazer a Krsna com apenas um olhar de relance. Ainda assim, Radha sente que Seu amor por Krsna pode se tornar sempre mais grandioso, portanto Ela se manifesta como as diversas gopis de Vrndavana, que satisfazem o desejo de Krsna por relacionamentos ricos em variedade (rasa).
As gopis são consideradas o kaya-vyuha de Sri Radha. Não existe uma palavra em inglês [ou em português] equivalente a este termo, mas ele pode ser explicado da seguinte maneira: Se uma pessoa pudesse existir simultaneamente em mais de uma forma humana, aquelas formas seriam chamadas o kaya (“corpo”) vyuha (“multiplicidade de”) daquele determinado indivíduo. Em outras palavras, é a mesma pessoa, mas ocupando diferentes espaços e tempos com diferentes humores e emoções. Como a única razão da existência de Radha e Krsna é a troca de sentimentos amorosos, as gopis existem para auxiliá-lOs nesse amor.
As gopis são divididas em cinco grupos, o mais importante sendo o parama-preshtha-sakhis, as oito gopis primárias: Lalita, Vishakha, Citra, Indulekha, Campakalata, Tungavidya, Rangadevi e Sudevi. Muitos detalhes de suas vidas e serviço – incluindo a idade, o humor, o aniversário, temperamento, instrumento, cor da pele, nome dos parentes, nome do cônjuge, melodia favorita, melhores amigas, e outras informações de cada uma delas – são descritos nas escrituras Vaisnavas. Esses elementos formam a substância de uma meditação interna, ou sadhana, projetada de forma a levar o devoto para o reino espiritual. Através desta meditação, gradualmente se desenvolve prema, amor por Krsna. Essa forma avançada de contemplação, todavia, deve ser feita apenas por devotos avançados sob a guia de um mestre autêntico. Tal nível é raramente alcançado. É, portanto, recomendado que se pratique o cantar do santo nome e que se aceite o caminho regulado de vaidhi-bhakti – ou a prática da devoção sob estritas regras e regulações – como é ensinado no movimento para a consciência de Krsna. Assim se alcançará naturalmente o nível mais elevado de consciência espiritual.
A tradição Vaisnava na linha do Senhor Caitanya vê, claramente, o amor das gopis como amor transcendental da mais alta estirpe, retaliando acusações de sexualidade mundana com claras definições distinguindo luxúria e amor. Assim como o conceito da Noiva-de-Cristo na tradição cristã e o conceito cabalístico do Divino Feminino do misticismo Judaico, a verdade por trás do amor das gopis é de profunda natureza teológica e constitui o zênite da compreensão espiritual. O amor das gopis representa o amor mais puro que uma alma pode ter por sua origem divina; a única relação que tal amor talvez tenha com a luxúria mundana é a aparência, aparência esta que é desfeita tão logo se estude os livros deixados pelas autoridades puras e auto-realizadas acerca destes tópicos tão queridos ao coração.

Tradução de Bhagavan dasa (DvS)