Ivaldo Gomes
Um candidato e outro anticandidato
foram os destaques do 1º turno. Luciano Cartaxo com seus mais de 140 mil votos
e o anticandidato Ninguém que obteve 22.745 mil votos. E claro, sem ter tido o
menor espaço pra divulgar sua plataforma de luta. A não ser, claro, a internet.
Essa matrix que a tudo sustenta e a tudo suporta.
O povo de João Pessoa, que chamo
de Parahyba, realmente é muito sábio. De uma cacetada só se livrou de tudo que
é passado de uma vez só. Colocou no mesmo balaio Ricardo Coutinho (Estelaisabel),
Cícero Lucena e José Maranhão. Simplesmente foram dispensados. De Renan,
Radical e Sarmento não tenho como avaliar pois eles não tiveram as mesmas
condições de embate. O jogo mesmo era entre os quatro candidatos com estrutura
de campanha e ganhou Luciano Cartaxo.
Não foi Estelaisabel que não teve
voto, foi Luciano Cartaxo que teve demais. Demais de todas as contas. E a
decisão do povo é de que se quer testar uma nova alternativa política na
cidade. E é justo. Já foi dado oportunidades demais pra Ricardo Coutinho, José
Maranhão e Cícero Lucena. Não fizeram o que tinha que ser feito. Paciência.
Fiquem no passado. Eu acho que o povo deu esse recado de forma veemente. Até do
ponto de vista do voto nulo, foram 22.745 votos de protesto.
O que eu lamento nessa mudança
toda é que a gente não possui nenhum controle sobre os eleitos. E vamos ficar
sempre na integridade individual de alguns e na mão esperta de muitos. E ai
depois de um, dois, três, quatro, cinco escândalos, é que a agente acorda de
novo. Essa mania do brasileiro ficar esperando por um salvador da pátria dá
sempre em pastelão. Não vou contar nenhum caso. Fiquem tranquilos.
Aos perdedores, aprendam a lição
de que o povo pode até não ter vez e voz, mais numa democracia (em vias de) o
povo decide. Mesmo com voto obrigatório e muita manipulação durante as
eleições. Muita discussão a ser feita ainda. Na realidade estamos só começando.