Fonte: http://pedrocabralfilho.blog.uol.com.br/
Pedro Cabral
Há versos que parecem espelhos da alma.
Há versos que parecem delírios em queixumes.
Há versos que parecem protestos abafados.
Há versos que parecem declarações de amor.
Há versos que merecem ser esquecidos.
Há versos contidos, há versos exagerados.
Há versos sentidos, há versos compromissados.
Há versos tristonhos. Há versos alegrizados.
Há versos espontâneos. Versos racionalizados.
Versos antigos. E também atemporais.
Versos de poetas quase indizíveis.
Versos de poetas marginalizados.
Versos de poetas bem mascarados.
Versos de poetas carnavalizados.
Há versos até exalando perfumes.
Versos de poetas sem poesia.
E versos que precisam ir para casa.
E com tantos versos remasterizados
O mundo acordou sem mais sentido.
Escrevendo nos ares o mundo diferente
do que existe por aí. Mas mesmo assim,
com todo os seus arremedos,
os versos não matam ninguém.
Não matam ninguém.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
História flutuante
Lúcio Lins
não tenho horizontes
tenho sonhos à vela
e a tempestade da história
não tenho mapas
tenho cartas anônimas
e os gritos de seus náufragos
não tenho mares
tenho a garganta seca
e as palavras navegáveis
_____________________
Continuamos com saudades de Lúcio Lins, poeta paraibano, que têm o mar como centro de inspiração para seus poemas. Como dizia outro poeta chamado Caixa D'água: ele 'abrumou-se' daqui.
não tenho horizontes
tenho sonhos à vela
e a tempestade da história
não tenho mapas
tenho cartas anônimas
e os gritos de seus náufragos
não tenho mares
tenho a garganta seca
e as palavras navegáveis
_____________________
Continuamos com saudades de Lúcio Lins, poeta paraibano, que têm o mar como centro de inspiração para seus poemas. Como dizia outro poeta chamado Caixa D'água: ele 'abrumou-se' daqui.
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Elogio da Dialética
Fonte: http://pedrocabralfilho.blog.uol.com.br/
Bertolt Brecht
A injustiça avança hoje a passo firme
Os tiranos fazem planos para dez mil anos
O poder apregoa: as coisas continuarão a ser como são
Nenhuma voz além da dos que mandam
E em todos os mercados proclama a exploração;
isto é apenas o meu começo
Mas entre os oprimidos muitos há que agora dizem
Aquilo que nós queremos nunca mais o alcançaremos
Quem ainda está vivo não diga: nunca
O que é seguro não é seguro
As coisas não continuarão a ser como são
Depois de falarem os dominantes
Falarão os dominados
Quem pois ousa dizer: nunca
De quem depende que a opressão prossiga? De nós
De quem depende que ela acabe? Também de nós
O que é esmagado que se levante!
O que está perdido, lute!
O que sabe ao que se chegou, que há aí que o retenha
E nunca será: ainda hoje
Porque os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã
Enviado pelo Centro de Estudos Políticos Econômicos e Culturais - CEPEC
Bertolt Brecht
A injustiça avança hoje a passo firme
Os tiranos fazem planos para dez mil anos
O poder apregoa: as coisas continuarão a ser como são
Nenhuma voz além da dos que mandam
E em todos os mercados proclama a exploração;
isto é apenas o meu começo
Mas entre os oprimidos muitos há que agora dizem
Aquilo que nós queremos nunca mais o alcançaremos
Quem ainda está vivo não diga: nunca
O que é seguro não é seguro
As coisas não continuarão a ser como são
Depois de falarem os dominantes
Falarão os dominados
Quem pois ousa dizer: nunca
De quem depende que a opressão prossiga? De nós
De quem depende que ela acabe? Também de nós
O que é esmagado que se levante!
O que está perdido, lute!
O que sabe ao que se chegou, que há aí que o retenha
E nunca será: ainda hoje
Porque os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã
Enviado pelo Centro de Estudos Políticos Econômicos e Culturais - CEPEC
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