Ivaldo Gomes
Um grupo de cidadãos resolveu, esse ano de 2012, se juntar e fazer uma discussão pública sobre o direito de escolher alguém ou não com o seu voto. Entendendo o voto como um direito e nunca como uma obrigação. Votar é um exercício de cidadania. E cidadania não se impõe, se exercita. Não podemos ser forçados a votar em A, B, C ou D, sem garantias mínimas de que essas pessoas eleitas irão cumprir com o combinado nas urnas. A grande maioria dos exemplos já vivenciados nos diz que os eleitos não cumprirão suas promessas e na maioria das vezes farão exatamente o contrário do que estavam prometendo. Logo temos o direito de não querer exercer nossa cidadania votando em alguém nessa condição óbvia, histórica e atual.
Queremos discutir publicamente a determinação do voto obrigatório. Não aceitamos essa imposição legal e vamos lutar e protestar para que seja modificada. O voto é um direito, não uma obrigação. Votamos em alguém se quisermos e se acreditarmos que esse processo que está aí é válido. Atualmente achamos que não, pois estamos exercendo esse processo de votação há bastantes eleições e ele não tem garantido uma representação que nos faça acreditar que estamos indo no caminho correto. Questionamos a validade nos dias de hoje da democracia representativa. Queremos mais! Queremos ousar o exercício democrático da democracia direta. Queremos nós mesmos decidir o que é melhor para a educação, para a saúde e para a segurança pública. Queremos exercitar um modo diferente de exercício político, com mais plebiscitos, com mais consultas, com os cidadãos no controle da situação.
Queremos também discutir o porquê do voto nulo ser considerado inválido. Se saímos da nossa casa, usamos o mesmo título eleitoral, CPF e Carteira de Identidade, de todos os outros eleitores. Escolhemos por consciência uma opção que é não votar em absolutamente ninguém e isso não ser reconhecido é uma afronta a nossa vontade de consciência. Na Constituição Federal está dito que temos direito à liberdade de consciência. Mas aqui ela não é respeitada. Temos que votar de forma obrigatória, em um candidato que na maioria das vezes é imposto à população, por conchavos e acordos políticos que parecem mais um balcão de negócios com os interesses que deveriam ser apenas públicos. E temos que legitimar isso com nosso voto por quê? Não temos.
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