segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Por que se escreve poemas?

Fonte: http://pedrocabralfilho.blog.uol.com.br/

Pedro Cabral



Há versos que parecem espelhos da alma.

Há versos que parecem delírios em queixumes.

Há versos que parecem protestos abafados.

Há versos que parecem declarações de amor.

Há versos que merecem ser esquecidos.

Há versos contidos, há versos exagerados.

Há versos sentidos, há versos compromissados.

Há versos tristonhos. Há versos alegrizados.

Há versos espontâneos. Versos racionalizados.

Versos antigos. E também atemporais.

Versos de poetas quase indizíveis.

Versos de poetas marginalizados.

Versos de poetas bem mascarados.

Versos de poetas carnavalizados.

Há versos até exalando perfumes.

Versos de poetas sem poesia.



E versos que precisam ir para casa.

E com tantos versos remasterizados

O mundo acordou sem mais sentido.

Escrevendo nos ares o mundo diferente

do que existe por aí. Mas mesmo assim,

com todo os seus arremedos,

os versos não matam ninguém.

Não matam ninguém.

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