quinta-feira, 30 de junho de 2011

A gargalhada de Radegundis

Esse artigo foi publicado pela primeira vez em 03/7/2010. Mas hoje republico para lembrar da homenagem que será realizada (30/06/2011) no Cine Bangüê do Espaço Cultural, às 20 h, com o Concerto: Réquiem para um Trombone, peça escrita pelo Maestro e Arranjador Eli-Eri.






A gargalhada de Radegundis


                                                              Ivaldo Gomes

Falar das pessoas que morrem é fácil. Principalmente quando a gente a julga amiga da gente. O difícil é conviver com a falta física do amigo. Por isso que sempre que posso louvo os amigos em vida. Justamente pra não ter que escrever quando eles morrem. Ah! A morte! Essa filha do acaso que a tudo leva, puxa, esconde da gente. A Paraíba é pródiga em artistas e mais ainda em talentos exuberantes como era e é Radegundis Feitosa. O homem que tinha uma gargalhada que era uma assinatura de tão pessoal. Bastava ele rir, que mesmo de longe, todos diziam: Radegundis Feitosa! Mas era com um trombone de vara na mão que a gente descobria sua eterna grandeza.


Deus lhe deu o talento de fazer de um trombone de vara uma extensão da sua vontade. É como se você colocasse Radegundis em agudos e graves. De alma inteira se entregava ao trombone como se ele fosse parte de si. Quem teve o privilégio de vê-lo em execução sabe do que estou falando. Dizem que ele era o maior trombonista de vara da atualidade. Isso agora pouco importa, pois a quinta feira passada se fez de vampira do dia e o levou pra longe da gente. Junto com ele mais três grandes músicos: Roberto Ângelo, Adenilton França e Luiz Benedito. Realmente o céu ganhou um quarteto e tanto. Não culpo o bom gosto de Deus, mas tinha que ter sido agora? Isso é o que não nos conforma.


Radegundis é da mesma fibra que foi feita Sivuca e Canhoto da Paraíba. Os três podem ser citados como exemplo de virtuosidade na musica. Cada um com seu instrumento. Outro que merece destaque é Jackson do Pandeiro com seu gingado e ritmo. Tem horas que fico a imaginar qual é mesmo o propósito de Deus quando nos manda pessoas como essas. O que ele quer nos dizer com isso? Será que é pra nos mostrar que a gente pode e deve ser melhor do que é? Pois os vendo em êxtase na execução dos seus talentos, nos causa uma alegria e uma certeza de que realmente Deus fez o homem/mulher para um bom propósito. Os ‘políticos’ e os banqueiros é que acabam com eles. 


Imagino como não deve estar seus parceiros na musica. Alunos, companheiros de batente, da noite. O seu amor, seus filhos e toda essa dor no meio do mundo. Xisto, Teinha, Bebé de Natércio. Seus amigos e colegas da Orquestra Sinfônica da Paraíba. O Sexteto de Trombones. Os maestros amigos deles. Uma desolação só. Mas agora só nos resta a lembrança. O testemunho gravado para a eternidade de um grande músico paraibano que tinha tanto ainda a nos dar, proporcionar. E a gargalhada? Ficar sem ouví-la será um silêncio ensurdecedor. Que vá em paz. Que Deus os guarde junto de si. E obrigado por existirem e nos ter causado tanta emoção.  


quarta-feira, 29 de junho de 2011

Contra a pedofilia. Denúncie

        Há perguntas que se perdem no silêncio, na impotência da resposta certeira, mas que não calam – e não devem calar. Entender o porquê de alguém, humano, dotado de ‘inteligência’, abusar sexualmente uma criança é uma dessas. Uma outra questão, além da tentativa inócua de explicar qualquer patologia do tal pedófilo é: como um – ou milhares – de seres, agora ditos sãos, sentem prazer em assistir a cenas tão animalescas, vazias de qualquer carinho.

 

Jornalista Henrique França - Coluna COTIDIANAMENTE do Jornal de 28/06/2011 da A União.

        Algumas dessas e outras perguntas estão martelando na cabeça de milhares de internautas, agora, depois que eles receberam mensagem pedindo que um site com conteúdo pedófilo fosse denunciado. O problema é que a solicitação vinha junto com o link para abrir o tal site – e não foram poucos os que, mesmo denunciando, assistiram a cenas de um homem mantendo relações sexuais com uma criança. Uma das que assistiu questionou: “Como uma pessoa sente prazer fazendo uma coisa dessas com uma criança?! Criança é para dar carinho, não sofrimento.” Outro que viu as cenas completou: “Criança não é boneco sexual!”

        O choque com as cenas provocou uma mobilização no twitter chamada #PedofiliaNão, onde milhares de internautas exigiam a retirada do blog do servidor que pertence à Google. Também foram usadas as hashtags #MorteaoPedofilo e #Denunciem. A empresa norteamericana foi acionada e retirou o blog do ar, apesar de fazê-lo apenas cinco horas depois do início da mobilização – tempo suficiente para que os doentes de plantão copiassem os vídeos para seus computadores pessoais.

        Infelizmente, o episódio de ontem não é caso isolado. Longe disso. Segundo o Dossiê Pedofilia, cerca de mil novos sites de pedofilia são criados todos os meses no Brasil – 52% deles expõem crianças de 9 a 13 anos e 12% mostram fotos e vídeos de pedofilia contra bebês até os três meses de idade. Isso mesmo: três meses de idade! Essas informações foram repassadas pelo deputado Luiz Eduardo Greenhalgh à Embaixada Americana, em Brasília, na tentativa de sensibilizar a Google a colaborar com a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara e com as autoridades brasileiras para combater os crimes na Web (pedofilia, racismo, terrorismo, tráfico de armas, nazismo, tráfico de drogas, tráfico de mulheres, incitação ao crime contra negros, índios e homossexuais, entre outros).

        Não à toa manifestações pedindo a morte dos pedófilos ou, no mínimo, uma punição mais severa foram postadas na Rede Mundial de Computadores, ontem. “E aí políticos do meu Brasil, já está na hora de criar a Pena de Morte, ou vão ter que estuprar seus filhos e por na internet?”, provocou um internauta. “Pessoa que faz isso merece morrer!”, disse um segundo. “Enquanto você trabalha muito para dar a sua família uma vida melhor, algum louco, psicopata está de olho em suas crianças”, alertou outro, via twitter. Uma outra pessoa demonstra o mal estar sobre o que viu: “Agora vou fechar meus olhos por alguns instantes e tentar não ouvir os gritos desesperados das pobres crianças dos vídeos.”

        Mas, frases em 140 caracteres e expressões precedidas por “#”são apenas canais, ainda insípidos, nesse oceano de maldades. Mesmo assim, vale denunciar. Especialistas alertam, porém, para o uso adequado dessas ferramentas. No caso de ontem, erro grave foi cometido quando quem pretendia denunciar o site enviava o link de acesso às imagens. Nesse caso, o correto é enviar o nome do site para alguns contatos e o endereço do conteúdo criminoso para sites como www.censura.com.br (Campanha Nacional de Combate à Pedofilia na Internet); dcs.dpf.gov.br (Departamento de Polícia Federal), cliando em “fale conosco”; pelo e-mail crime.internet@dpf.gov.br (Ministério da Justiça); ou no www.safernet.org.br (SaferNet Brasil).


Mensagens contra a exploração


        Uma boa notícia no combate à exploração sexual de crianças pode sair de reunião extraordinária convocada para amanhã, na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática, em Brasília. A partir das 8h30, a CCT deverá analisar projeto de lei que obriga emissoras de radiodifusão a veicularem mensagens de combate à exploração sexual de crianças e adolescentes, além do uso seguro da internet. Depois da CCT, porém, o projeto, se aprovado, será encaminhado à Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), que analisará a matéria em decisão terminativa. É momento de ver as prioridades do nosso parlamento. #PedofiliaNão!

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(*) Texto publicado na Coluna #CotidianaMente, do Jornal A União, edição do dia 28 de junho de 2011

quinta-feira, 16 de junho de 2011

A política do conformismo

Fonte: http://pedrocabralfilho.blog.uol.com.br/


Pois é, a crônica
A política do conformismo
Walter Bezerra
Aristóteles já disse que o homem é um animal político. Nada mais racional, respiramos política e somos definitivamente movidos a ela.
Política cambial, política comercial, política cultural, política de juros, política educacional, política econômica, política externa, política fiscal, política financeira, política habitacional, política interna, política jurídica, política monetária, política nacional do meio ambiente, política agrícola, política agrária, política eleitoral, política orçamentária, política salarial, política tributária, política tarifária, política internacional e política da boa vizinhança, entre outras.
A política tem uma relação intrínseca com a vida e o cotidiano.
A saúde e o ensino públicos, o emprego, a moradia, a justiça social, a cultura, o salário digno, o poder aquisitivo, a base familiar, a moralização, o desenvolvimento, a ética, a paz de espírito, a dignidade, tudo depende das decisões políticas. Somos todos dependentes das atitudes desses senhores e senhoras que nós colocamos no poder, como disse Bertolt Brecht em seu famoso O Analfabeto político.
A política é semanticamente a arte de fazer o bem e o certo. Mas, infelizmente, os políticos brasileiros – raríssimas exceções – não têm talento ou vocação para isso. A classe política dirigente e as elites tradicionais sentenciam o desmonte social devido à paralisia combativa da sociedade e graças à imbecilidade eleitoral dos incautos.
Se depender da vontade política das autoridades, jamais haverá avanços socais no país. A postura apolítica e conformista da sociedade é ainda o entrave da estagnação social. A mobilização de todas as camadas sociais em torno de uma conscientização político-eleitoral é o único caminho que levará o país às conquistas públicas. Sem a atuação combativa da sociedade, cobrando, exigindo, não haverá nação feliz.
O resto é promessa, engodo, utopia.
O descrédito da política é nacional. A indignação popular contra os políticos vai do Caburaí ao Chuí: “político não presta, todos são farinha do mesmo saco, todos são ladrões”! As críticas não alisam, mas é apenas um paliativo panfletário, conversa de bar, o dito por não dito. Na hora do voto, o brasileiro, principalmente o alagoano, comete os mesmos erros e elege as mesmas figuras carimbadas que transformam a política em politicagem.
É a cultura da política do silêncio e do conformismo.

domingo, 12 de junho de 2011

Desejos Virtuais

 


                                      Ivaldo Gomes

                                                                          
Infinita conexão astral,
Que passeia pelos cabos axiais,
Causando torrentes de desejos,
Beijos e vertigens virtuais.
Vitais, enfim.

Ah! Que peça prega-me os dias,
Que atormenta-me as noites,
Onde os seus beijos invadem
A minha vida como uma torrente,
Enchente em mim.

Que faço eu agarrado a esse teclado,
Sonhando os sonhos dos desejos,
Perdidos em seus beijos,
Embriagados por ti.

Embalde, perdido, fico como
Quem procura um porto,
Teu colo, teus abraços,
Murmúrios no fim.

Que faço eu com esses desejos,
Talhados, esquartejados,
Quebrados assim.

Recolho a minha saudade,
Embriago-me, afogo-me,
De gin.                                       

sexta-feira, 10 de junho de 2011

O Sermão da montanha - versão para educadores

Fonte: lusia rangel lus_rangel@yahoo.com.br
 
O Sermão da montanha

(*versão para educadores -  autor desconhecido*)

Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem. Ele os preparava para serem os educadores capazes de transmitir a lição da Boa Nova a todos os homens.

Tomando a palavra, disse-lhes:

– “Em verdade, em verdade vos digo:
Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.
Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
Felizes os misericordiosos, porque eles…”

Pedro o interrompeu:

– Mestre, vamos ter que saber isso de cor?

André perguntou:

- É pra copiar?

Filipe lamentou-se:

- Esqueci meu papiro!

Bartolomeu, quis saber:

- Vai cair na prova?

João levantou a mão:

- Posso ir ao banheiro?

Judas Iscariotes resmungou:

- O que é que a gente vai ganhar com isso?

Judas Tadeu, defendeu-se:

- Foi o outro Judas que perguntou!

Tomé questionou:

- Tem uma fórmula pra provar que isso tá certo?

Tiago Maior indagou:

- Vai valer nota?

Tiago Menor reclamou:

- Não ouvi nada, com esse grandão na minha frente.

Simão Zelote gritou, nervoso:

- Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto!?

Mateus queixou-se:

- Eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!


Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão, nem ensinado nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:

– Isso que o senhor está fazendo é uma aula? Onde está o seu plano de curso e a avaliação diagnóstica? Quais são os objetivos gerais e específicos? Quais são as suas estratégias para o levantamento dos conhecimentos prévios?

Caifás emendou:

- Fez uma programação que inclua os temas transversais e atividades integradoras com outras disciplinas? E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais? Elaborou os conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais?

Pilatos, sentado lá no fundão, disse a Jesus:

- Quero ver as avaliações da primeira, segunda e terceira etapas e reservo-me o direito de, ao final, aumentar as notas dos seus discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade. Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do nosso projeto. E vê lá se não vai reprovar alguém! Lembre-se que você ainda não é professor titular…
 

terça-feira, 7 de junho de 2011

A filosofia do bode na sala



 
                                          

                                           Ivaldo Gomes


         Nada que não possa ficar pior. Essa é na prática a essência da filosofia do bode na sala. Seus pressupostos teóricos apontam para uma razão simples: o impressionismo. Ele procura disseminar naqueles com quem ela entra em contato, a certeza de que vivia melhor do que achava que vivia. É uma espécie de simancol psicológico, dado a frio e sem generosidade nenhuma. É uma filosofia toda embasada em experimentos concretos e indiscutíveis em resultados. Se não vejamos.

         O líder dessa filosofia, importunado que foi em seu dia de descanso, por um desafortunado morador que resolveu lhe procurar para se queixar do dia a dia da sua vida. Começou reclamando que o filho não gostava de estudar, que a filha só queria agora saber de namorar, que a esposa só vivia a lhe pedir pra comprar isso e aquilo e que seu chefe nunca lhe compreendia, apesar de ser um funcionário dedicado. Debulhou um rosário de queixas e infelicidades.

         O grande líder ouviu tudo em silencia – como um grande líder – e disse pra ele que tinha uma determinação a ser cumprida pelo queixante. Que fosse agora mesmo ao chiqueiro dos bodes e pegasse o pai de chiqueiro (o maior bode de todos) e levasse pra sua casa e o amarrasse na sala de visitas e o deixasse por lá por sete dias e só após retornasse para que ele tivesse tempo de pensar no que fazer. E claro, como líder, não poderia ser contrariado. Assim foi feito.

         Claro, o reclamante da vida levou o pai de chiqueiro pra casa e contou tudo pra mulher dele. Ela ficou uma fera com a decisão. Mas o líder era o líder. Não precisa nem dizer que a casa ficou um pandemônio. Um pai de chiqueiro amarrado na sala com aquele cheiro de bodum incensando tudo tirou a família de vez do sério. Todo mundo reclamava, culpavam-se uns aos outros, todos tinham culpa e ninguém tinha razão. A semana passou sob o caos total dentro de casa. Ninguém nem se cumprimentava mais.

         Ele voltou com o bode para a segunda visita ao líder. O líder perguntou como ia à vida e ele numa frase só respondeu: um inferno! Minha vida está muito pior agora, depois que esse bode invadiu minha sala. O líder ouviu calado todas as reclamações, como um líder. Mandou que ele devolve-se o bode ao chiqueiro e voltasse pra casa o mais rápido possível e tocasse a sua vida em frente. E só voltasse daqui a sete dias.

         Passados os sete dias, ele chegou todo feliz na casa do líder, foi entrando e dizendo logo que agora estava tudo bem. O filho voltou a estudar, a filha só namorava nos finais de semana e estava até ajudando a mãe em casa. A mulher suspendeu os pedidos e estava até mais atenciosa. E ele claro, estava até gostando mais do chefe. Claro, ele é que tinha ficado mais compreensivo. Mais colaboracionista e tudo estava melhor depois que aquele bode fedorento saiu do meio da sala de visita deles.

         O líder olhou pra ele como líder e disse: agora vá pra casa e continue a tocar a vida. Pois eu vou ter que me ausentar pra prestar assessoria a um governo estadual no nordeste. Vou pra lá pra ensinar aos novos dirigentes a minha ‘filosofia do bode na sala’. Nada que não possa ficar pior com ela. E ai está ai o resultado. Pra quem quiser conferir. Mas fique tranquilo, assim que o bode for retirado das nossas salas tudo vai ficar melhor. Acredite e confie. Essa é a nova velha novidade.


quinta-feira, 2 de junho de 2011

Um freio de arrumação

O Sindicato resolveu acatar a decisão da justiça. Mas vai recorrer da decisão voltando as salas de aula na próxima segunda feira. A greve tem uma pausa. Um freio de arrumação. Vamos nos organizar mais e voltar à cobrar os nossos direitos.
O Governo cometeu quatro ilegalidades: a) Incorporou a gratificação do pó de giz ao salário, desrespeitando o PCCS dos professores e passando por cima da Assembléia Legislativa, pois na prática modificou a lei e usou de artíficios matemáticos para dá um direito, usando o dinheiro que os professores já ganhavam; b) Mandou cortar o ponto dos professores de um mês já trabalhado; c) Conseguiu envolver a Justiça de forma errada, pois conseguiu uma liminar, passível de revogação pelo seu forum errado; e d) Na prática não cumpre o que manda a Lei do Piso dos Professores. Maquiou, enrolou os professores e a sociedade. A JUSTIÇA, recolocará tudo isso em sua devida ordem.
O 'nosso' Sindicato merece um parágrafo à parte. Ele precisa simplesmente ser mudado. Pelo respeito que os professores da Paraíba merecem. Hoje na Assembléia Geral manipulou o que pode e forçou a categoria aceitar o recuo. Fui voto vencido. Mas democracia é assim. A maioria decide. Mesmo quando é manipulada. Pois, infelizmente isso existe. Mas a luta continua companheiros. Outros embates virão.
Um abraço,
Ivaldo Gomes

Truculência em série


Enquanto persistir esse tipo de postura do Governo do Estado, o confronto será inevitável.
A imposição, a prepotência, a humilhação e o desrespeito, só leva ao ódio e a violência.
Eu acho que essa trilha escolhida pelo governo vai dá em conflagação ou coisa pior.
As greves tendem a aumentar e a possibilidade de uma greve geral é inevitável.
Eu não sei quem foi que meteu na cabeça do atual governo que eles estão acima de tudo e de todos.
Talvez esteja na hora da população da Paraíba dizer a esse governo quem é que manda por aqui.
Pois pra quem enfrentou ditaduras piores, armadas até os dentes e não se acovardou, essa que tentam implantar na Paraíba é café pequeno. É só uma questão de tempo e organização pra peitar todos eles.
Acho que a população e a militância por mudanças sociais não se acovardará.
A história será contada um dia. Mas hoje é DIA DE LUTA contra o autoritarismo do Governo da Paraíba.
Que emblematicamente tem um ocupante que se acha o mais merecido de todos nós. Só que o rei pode ficar nu.
Um abraço,
Ivaldo Gomes




Truculência em série


     JORNALISTA Rubens Nóbrega - Fonte: http://jornaldaparaiba.globo.com/coluna.php?id=10171

     Primeiro, a truculência administrativa. O governo corta o ponto e o salário de maio dos professores grevistas com base na frequência do mês em curso, quando no mínimo deveria ter se baseado na freqüência de abril.
    Mas aí não teria como fazer o mal, porque em abril os professores deram aula e só começaram a greve em maio. Tem nada o quê! Bota a folha pra ‘rodar’ num computador apetrechado de tecnologia premonitória.
     Não deu outra. A folha fechou em meados do mês, mas graças a um programa chamado Ricardex 4.0, o governo computou e descontou faltas que ainda iriam acontecer, com a greve avançando na segunda metade de maio.
     Nessa, penalizou tanto grevistas como não grevistas. A chibata governamental lanhou as costas e o bolso até mesmo de quem estava de licença para tratamento de saúde, de atestado ou de quem simplesmente não aderiu à greve.
    Vai ver o governo não reparou nesses detalhes porque não existe problema de saúde individual ou coletiva na Paraíba. Se tem gente morrendo por aí, a culpa é de quem morre e não de quem nega os meios de salvar vidas, não é mesmo, Excelência?
 
     E por falar em saúde...

      A mesma truculência que causa mortes na porta de hospitais sem médico para atender também se volta contra médicos grevistas ou demissionários e, na base da força e da ameaça, obriga médico do Edson Ramalho a dar plantão no Trauma.
    Pois é. No Hospital Edson Ramalho, que está ‘pelas tabelas’, superlotado, seus 13 cirurgiões gerais, oficiais médicos da PM, foram atingidos por ato do governador do mais puro autoritarismo aliado a mais absoluta falta de equilíbrio.
    Obrigando os médicos da PM a trabalharem no Hospital de Trauma da Capital, o Doutor Ricardo não apenas piora o que já é ruim como exorbita os limites da própria truculência, forçando aqueles profissionais a transgredirem sua própria ética.
    Mas de que vale um Código de Ética Médica para quem é capaz até mesmo de manter fechado um hospital como o Trauma de Campina, que o antecessor deixou prontinho para funcionar, todo equipado, só para não dar cartaz ao adversário?
 
     Voltando aos professores

   Ei, peraí... Para cortar ponto de grevista não teria que haver, antes, a decretação da ilegalidade da greve? Em tese, sim, mas isso não é problema para um governante que se julga acima da lei. Da Justiça, então... Ir à Justiça poderia ficar para depois.
     E ficou. Ficou para depois da invasão do Palácio e do cacete a Guarda Ricardiana deu em alguns invasores, que sentiram na pele toda a truculência física reservada àqueles que atentam contra a imagem do governo.
   Pensam que foi só isso? Que nada! Da truculência física o governo partiu para a truculência jurídica. Ontem, mediante liminar expedida pelo desembargador Marcelo Romero, do Tribunal de Justiça, conseguiu reforçar o castigo contra os recalcitrantes.
     Agora, além de obrigados a voltar às aulas em 72 horas (pense como será voltar a dar aula sob essas condições, nesse clima!), se não o fizer a categoria verá sindicato e associação de classe falidos sob o peso de multa diária estipulada em R$ 20 mil.
 
     Ação na instância errada

    Foi no TJ que o governo entrou com uma Ação Ordinária Declaratória de Ilegalidade de Greve do magistério estadual, mas juristas consultados pela coluna dizem que aí teria ocorrido nova truculência, que seria uma truculência jurisdicional.
    “Em matéria cível, a única ação ordinária que um tribunal pode julgar é uma rescisória”, garantiu-me um amigo que entende do riscado, acrescentando que nesse caso específico houve o que ele e seus colegas chamam de supressão do juízo natural.
     Tentando traduzir para ‘linguagem de gente’ o que ele disse, com a ressalva de possível equívoco da minha parte, deduzo que a ação do governo deveria ter sido protocolizada na Vara da Fazenda Pública (que seria o tal ‘juízo natural’) e não no TJ.
    A propósito, outro jurista do mesmo naipe lembrou que nesse proceder o Ricardo I deveria ter se mirado nos Cássio I e II. Cássio, quando foi à Justiça pedir a ilegalidade de uma greve de policiais civis, o fez perante a Vara da Fazenda Pública.
     “E quem decidiu a parada, em favor do governo, foi a juíza Silvanna Lisboa, da 2ª Vara da Fazenda Pública. E quem entrou com a ação foi o Doutor Harrison Targino, então procurador geral do Estado. Pergunte a ele se não é verdade”, recomendou.
 
      Pergunto mais não, amigo

      Confio na sua informação e lhe digo, com toda sinceridade, o que a experiência me tem ensinado nos últimos meses: tentar ouvir um governo truculento assim ou figuras desse governo é como dar banho em doido. Você perde o tempo e o sabão.
      De qualquer forma, esse meu amigo acredita que os advogados do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado (Sintep) e da Associação dos Professores de Licenciatura Plena (APLP) têm condições de derrubar a liminar do governo no STJ.
      Além de pedirem ao Tribunal Superior de Justiça o reconhecimento da legalidade da greve, os professores devem argumentar pela ilegalidade da liminar concedida em razão de ‘abuso de competência por supressão de instância’.
      No mais é esperar para o final deste ano mais uma truculência desse governo, dessa vez contra os alunos, todo o sistema educacional e a própria legislação que rege o ensino.

     Vai acontecer se não houver reposição do salário cortado agora em maio, porque não haverá reposição dos dias de greve. Repondo aulas sem receber por elas, os professores cometem uma ilegalidade, porque assim estariam trabalhando de graça para o governo, provocando o enriquecimento sem causa do Estado.
     Resumindo: sem devolver o que tomou o governo não fecha o ano letivo. Que, segundo a lei, deve ter 200 dias de efetivo trabalho escolar. Mas de que vale a lei diante de um governo que oprime os governados desse jeito, um jeito muito truculento de ser?

quarta-feira, 1 de junho de 2011

A greve não é ilegal


     A greve dos professores do Estado da Paraíba pode até ser considerada ilegal pelo Tribunal de Justiça do Estado. Só que ele nesse caso não tem competência pra isso. É Lei Federal. A instância é outra nesse caso específico. Eu até entendo a postura do judiciário na Paraíba. Ele sempre está ao lado do Governo. A subserviência tem sido tanta que dá pra se pergunatr se o Judiciário é mesmo um outro poder ou apenas um apênde-se do Executivo.

     Inclusive, só pra lembrar as memórias fracas, que TODOS OS DESEMBARGADORES de hoje, só são o que são, porque muitos professores passaram na vida deles e dividiram o que sabiam com eles. Mas é comum na nossa sociedade dar as costas aos seus professores. A novidade seria justamente o contrário, reconhecê-los. Mas desde já é bom frisar que o Tribunal de Justiça do Estado não tem competência pra julgar essa greve especificamente. Consultas jurídicas já deram conta que a decisão do TJ pode e será reformulada. Vamos recorrer e vamos continuar no confronto com o Governo do Estado. Pois, se tem alguém ilegal aqui, chama-se: GOVERNO DO ESTADO DA PARAÍBA. Pois simplesmente descumpre a Lei Federal do Piso dos Professores, considerada CONSTITUCIONAL pelo STF. E pelo que sei, o STF é superior ao TJ. A não ser que tenham também mudado a Constituição Federal.

     Sem querer comentar, mas comentando, gostaria de lembrar ao Meritíssimo Senhor Desembargador, que o motivo usado - ausência da merenda escolar dos alunos para formular sua decisão - deixa claro a compreensão errônea que entende que escola é local de substituição - como restaurante - das necessidades básicas de alimentação dos alunos. A justiça, senhor desembargador, deveria vir no sentido de que todos os cidadãos, alunos ou não, pudessem ter o que comer em casa e não fazer da merenda escolar - como o senhor mesmo diz: 'a única refeição desses alunos'. Até que enfim, mesmo para decretar a greve dos professores ilegal, os argumentos da justiça mostra quão a sociedade brasileira precisa repensar de fato como e porquê ter tantos representantes contra a cidadania de todos nós. É sempre bom - pra gente lembrar - de quem realmente está querendo modificar as coisas por aqui e quem quer que as coisas se perpetuem como está.

     Um abraço,
     Ivaldo Gomes
 





Greve dos professores é ilegal

Greve dos professores é ilegal

Fonte: http://www.pbagora.com.br/conteudo.php?id=20110601112953&cat=educacao&keys=greve-professores-considerada-ilegal


Justiça da PB decreta ilegalidade da greve dos professores; multa é de R$ 20 mil por dia


O desembargador Romero Marcelo Fonseca de Oliveira, decretou, na manhã desta quarta-feira (01), a ilegalidade da greve dos professores da rede estadual de ensino da Paraíba. A categoria está paralisada há quase 30 dias e reivindica o piso salarial dos professores, que já está previsto em lei.

A decisão do desembargador obriga os professores a retornarem à sala de aula em um prazo máximo de 72h, sob pena de pagar multa diária de R$ 20 mil (vinte mil reais).

O desembargador entendeu que mais 400 mil alunos estão sendo prejudicados pela greve e ponderou que para muitos alunos a merenda escolar é uma refeição substancial. No período de greve, muitos estudantes não têm acesso à merenda. A decisão també leva em consideração o fato de o tempo que os alunos estão sem aulas e o impacto na reposição dos conteúdos.

Na última semana o Governo do Estado publicou, no Diário Oficial a concessão do pagamento de uma Bolsa Desempenho Profissional aos professores, no valor de R$ 230 (duzentos e trinta reais). Com o reajuste, o menor salário do magistério será de R$ 1.156,00, cerca de 30% acima do Piso Salarial Nacional, explicou o secretário de Educação do Estado, Afonso Scocuglia.


PB Agora