quinta-feira, 16 de junho de 2011

A política do conformismo

Fonte: http://pedrocabralfilho.blog.uol.com.br/


Pois é, a crônica
A política do conformismo
Walter Bezerra
Aristóteles já disse que o homem é um animal político. Nada mais racional, respiramos política e somos definitivamente movidos a ela.
Política cambial, política comercial, política cultural, política de juros, política educacional, política econômica, política externa, política fiscal, política financeira, política habitacional, política interna, política jurídica, política monetária, política nacional do meio ambiente, política agrícola, política agrária, política eleitoral, política orçamentária, política salarial, política tributária, política tarifária, política internacional e política da boa vizinhança, entre outras.
A política tem uma relação intrínseca com a vida e o cotidiano.
A saúde e o ensino públicos, o emprego, a moradia, a justiça social, a cultura, o salário digno, o poder aquisitivo, a base familiar, a moralização, o desenvolvimento, a ética, a paz de espírito, a dignidade, tudo depende das decisões políticas. Somos todos dependentes das atitudes desses senhores e senhoras que nós colocamos no poder, como disse Bertolt Brecht em seu famoso O Analfabeto político.
A política é semanticamente a arte de fazer o bem e o certo. Mas, infelizmente, os políticos brasileiros – raríssimas exceções – não têm talento ou vocação para isso. A classe política dirigente e as elites tradicionais sentenciam o desmonte social devido à paralisia combativa da sociedade e graças à imbecilidade eleitoral dos incautos.
Se depender da vontade política das autoridades, jamais haverá avanços socais no país. A postura apolítica e conformista da sociedade é ainda o entrave da estagnação social. A mobilização de todas as camadas sociais em torno de uma conscientização político-eleitoral é o único caminho que levará o país às conquistas públicas. Sem a atuação combativa da sociedade, cobrando, exigindo, não haverá nação feliz.
O resto é promessa, engodo, utopia.
O descrédito da política é nacional. A indignação popular contra os políticos vai do Caburaí ao Chuí: “político não presta, todos são farinha do mesmo saco, todos são ladrões”! As críticas não alisam, mas é apenas um paliativo panfletário, conversa de bar, o dito por não dito. Na hora do voto, o brasileiro, principalmente o alagoano, comete os mesmos erros e elege as mesmas figuras carimbadas que transformam a política em politicagem.
É a cultura da política do silêncio e do conformismo.

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