quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Combate à corrupção


Não esqueça: Dia 15 de Novembro, MARCHA CONTRA  A CORRUPÇÃO NA PARAÍBA. Concentração às 15 horas no Busto de Tamandaré – Praia de Tambaú – João Pessoa – PB.

Os políticos, os candidatos a sê-lo ou representações comprometidas com esses governos que estão ai NÃO SÃO BEM VINDOS. Poupe-nos o constrangimento. Já basta sustentá-los. Mas não será por muito tempo. Pode apostar nisso.




       Combate à corrupção


                                                               Ivaldo Gomes


‘Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer’

Do poeta e paraibano Geraldo Vandré



        Acho que foi o jornalista Rubens Nóbrega que disse, que quando assistiu a reunião para criação do Fórum de Combate a Corrupção na Paraíba, foi que a ficha caiu. Pois foi ali que ele percebeu que tudo dependia disso, do combate à corrupção. Que enfim a sociedade tinha arranjado a bandeira ideal para uni-la em torno de um propósito vital: fazer com que a sociedade continue. Pois a corrupção de fato destrói o tecido social, corroendo a esperança de existirmos como sociedade e nação. Ou a gente combate a corrupção ou ela ganha a guerra. Não temos saída.

        A Paraíba como sempre não poderia ficar de fora disso. Um grupo de cidadãos de forma autônoma, fez isso no último dia 12 de outubro no Busto de Tamandaré, na Praia de Tambaú. Quando cerca de uns quinhentos militantes sociais, deixou claro que não aceita, não quer, não tolera mais toda essa corrupção que grassa nos governos e nas instituições no Brasil. Que não aceita calado, que corruptores e corrompidos, fiquem dançando de rosto colado em cima do erário público, fraudando a nossa confiança e roubando os recursos que deveriam está sendo aplicados de forma correta na saúde, educação e segurança pública de todos nós. Fundamentais para que a sociedade possa ser chamada de sociedade humana.

        O ato corrupto é pensado para acontecer ‘dentro da lei’, cumprindo todos os aspectos aparentemente legais. Cumprem-se prazos, exigências, editais. E tudo parece extremamente honesto. Se não fosse a combinação antecipada de resultados e preços. Ou seja, ‘essa aparência determinantemente legal’, faz com que - por exemplo - a Prefeitura Municipal de João Pessoa, possa comprar um quilo de melancia por R$ 3,00 reais. Ou um abacaxi por R$ 3.50, ou ainda alho por R$ 18,50 um único quilo. Isso demonstra como o superfaturamento está sendo usado, dentro de uma ‘legalidade’ de fazer pena. Tinha edital, tinha proponente, tinha avaliação, tinha julgamento, homologação, empenho e pagamento. Tudo legalmente surrupiado do erário que deveria ser apenas público.

        Mas tem gente que acha que corrupção só se faz em torno de dinheiro. Claro que ele é o grande atrativo. Mas quando você corrompe uma direção sindical, uma coordenação de ONG, uma presidência de Associação de Bairro, um dono de jornal, TV ou/e rádio, um diretor de escola, um servidor público, para agir na defesa dos interesses que não são os de interesse da sociedade, está exercendo a corrupção. É o jeitinho pra acomodar a mulher do Desembargador na Chefia de Gabinete do Governante da ocasião. Que nomeia a filha do Conselheiro do Tribunal de Contas, que aprova as contas do Governo e por ai vai à apropriação do erário, que repito: deveria ser apenas público.

        O nível da corrupção ficou tão disfarçado, mas ao mesmo tempo indefensável moralmente falando, que um simples trocador de sopa por votos, pago com a bondade alheia da doação, consegue se eleger deputado com sessenta mil votos na Paraíba. Passando a ser, historicamente, o deputado mais votado. Veja o tamanho da esperteza até onde chega. É muito fácil fazer favor, prestar serviço, ajudar, ser piedoso, com o dinheiro alheio. Principalmente quando ele vem do erário público. Desconheço obras sociais feitas exclusivamente com recursos próprios de qualquer parlamentar na Paraíba. Homens e mulheres que vivem a custa do suor do povo e que ultimamente só tem produzido escândalos. Dai o nosso direito de questionar a que ponto chegou essa tal de ‘representação política’. Ou não seria mais um grave e nítido ato de corrupção ideológica?

        Ou a sociedade, de forma organizada e sem a participação de entidades pelegas e de políticos profissionais ou que pretenda sê-lo, toma a dianteira desse combate à corrupção ou vai cada vez mais amargar os dissabores pelo o abandono social em que a incúria e os interesses de grupo, que atuam como se fossem gangues, no assalto ao erário público, não vão dar trégua. Corrupto bom é corrupto preso. A sociedade precisa ir pra ruas exigir isso. Fazer pressão para que a autoridade competente tome medidas efetivas para acabar com esse assalto aos cofres públicos. Com mordomias desavergonhadas, salários absurdos e descasos com as obrigações sociais garantidas em nossa Constituição Federal.

        É chegada a hora de não mais ficarmos calados, aceitando esse jogo de faz-de-conta de que estão respeitando a lei, mas nas nossas costas se fazendo de um tudo para amealhar patrimônio, com um dinheiro cobrado a ferro e a fogo em impostos nunca antes visto em nosso país e com resultados tão gritantes de abandono da escola, da saúde e da nossa segurança pública. Chega! Estamos de saco cheio! Queremos mudanças, inclusive na Lei para que o crime de corrupção seja considerado hediondo e que os corruptos (corruptores e corrompidos) sejam devidamente enquadrados na lei e punidos de forma exemplar. Onde ele existir.

        Dia 15 de novembro de 2011, uma terça feira de feriado em comemoração a res-pública, vamos estar novamente às 16 horas no Busto de Tamandaré, na Praia de Tambaú, em João Pessoa, gritando aos quatro cantos de que não aceitamos mais a corrupção na Paraíba e no Brasil. E que quem for corrupto que se cuide. Pois vamos ficar no pé das autoridades para que eles cumpram com o que é da sua obrigação. Principalmente o Ministério Público e os Tribunais de Contas e da Justiça. Pois vamos pras ruas pressionar por mudanças de atitudes. Chega de bandalheira. Queremos os corruptos presos e não somente os ladrões de galinha. E vamos fazer tudo isso de forma pacífica. Só com nossa presença, nossa força e nossa voz. Se você não for corrupto, junte-se a nós nas ruas. Lidere-se! Libere-se! Exerça sua cidadania enquanto a possui.


Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores
Geraldo Vandré

 http://www.youtube.com/watch?v=PDWuwh6edkY&feature=player_embedded


Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição:
De morrer pela pátria
E viver sem razão

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não

Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer


terça-feira, 18 de outubro de 2011

Papo de família



        Ivaldo Gomes


        Domingo à noite estou conversando com minha esposa em casa quando chegam da rua nossos três filhos que tinham ido ver uns amigos na Praça da Paz aqui no Bairro Bancários onde moramos. Do lado de fora do portão de mais de dois metros de altura, um deles fala:
- Pai tem uma notícia boa e outra ruim. Pergunte primeiro pela boa.
- Qual é a notícia boa?
- Estamos vivos.

        Pois não é que a notícia ruim era que eles tinham sido assaltados mais uma vez. Acho que já é a terceira vez em dois anos. Justo no período da adolescência de quem começa a aprender andar sozinho nas ruas de João Pessoa. Agora é assim, você sai e não sabe mesmo o que pode encontrar pela frente. Pode ser simplesmente assaltado em uma esquina por dois adultos em cima de bicicletas que se aproximam de você, apontam uma arma, toma o que pode de você e vão embora assim, pedalando como se nada tivesse ocorrido ou que aquele ato de ameaçar alguém com uma arma e assaltá-la fosse uma coisa banal. E é aqui onde eu mais me preocupo. Pois tudo está ficando banal demais.
       
        O pior de tudo não é só o prejuízo financeiro. Pois esse com um tempo serão superados. Mas e o trauma, o medo que fica instalado no assaltado? A falta de paz que cria nas pessoas, a desconfiança a sua volta, a revolta que fica? O sentimento de desprezo que se estabelece por pessoas que agem dessa maneira? A incerteza que se instala?

        Mas fiquei surpreso mesmo foi quando os meninos começaram descrevendo a ação dos meliantes e a reação estampada na cara de cada um, com a raiva de que eles não tinham esse direito de fazer o que fizeram.

        Perderam um celular e dezesseis reais. Mas ficaram assustados e achavam em tom de revolta que a polícia devia ‘matar essas misérias’. Ou seja: mais violência. Eu questionei que a saída não era mais violência e tive que ouvir na bucha que:
- os pacifistas que você tanto admira foram assassinados. Como morreu Gandhi, Luther King, Lennon não foi assassinado?
- o governo faz campanha pra desarmar o cidadão, mas os bandidos ficam todos armados assaltando a gente, ameaçando as pessoas e ai?
- as pessoas deviam era se armar e mandar bala nesses safados que vivem a roubar e fica tudo por isso mesmo. Bandido bom é bandido morto.
       
        Eu ponderei que não era com mais violência ou com mais armas que a gente iria conseguir viver em paz por aqui. Que a falta de uma educação pública de qualidade e de políticas públicas sérias, poderia redistribuir a nossa riqueza de forma mais justa, onde o talento, a experiência, a preparação, a capacidade, fosse critérios para valorizar o trabalho das pessoas e as oportunidades.

- que oportunidade pai, onde a maioria fica de fora de tudo? Acorde, pois o senhor com essa coisa de bonzinho, educadinho, vai terminar sendo vítima dessa gente ruim.

        Meu Deus tem alguma coisa de errado no coração desses jovens de tão pouca idade e tanta raiva guardada contra a opressão e a violência social. São jovens vítimas de uma sociedade violenta que se espalha como rastro de pólvora e a lei da força bruta vai tomando conta e só o medo de uma força maior impede que o outro ataque, roube, mate, por um simples par de tênis.

        Onde vamos parar com isso? Pergunto a mim olhando três jovens acabados de ser assaltado em seus sonhos ‘de que é possível se viver num mundo de paz e fraternidade’. Estão perdendo as esperanças em um mundo melhor tão cedo. Eu sei que cabe a mim reanimá-los, estimulá-los a pensar diferente e dissuadi-los que a lógica não é violência, mais violência. Mas justamente o contrário. Menos violência, gerando menos violência.

        Além de termos que viver nessa vida cheia de perigos por todos os lados, ainda temos que educar nossos filhos para que eles não sejam vítimas dessa violência ou que não ajude a aumentá-la, seja causando mais violência ou sendo vítima dela. E ai a gente se percebe desprotegido e ai até entende que achar que Deus é quem vai mesmo nos proteger. Pois do jeito que vai, se a gente não se organizar para enfrentar esse problema da violência pública, talvez nem Deus dê jeito.


sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Particpe você também

 

 

Declaração Pública de Adesão Pessoal à Convenção da Organização das Nações Unidas Contra a Corrupção

ONU
Eu, cidadã(o) brasileiro(a), preocupado(a) com a gravidade dos problemas e com as ameaças decorrentes da corrupção para a estabilidade e a segurança da minha sociedade, ao ver enfraquecerem-se, diariamente, as instituições públicas e os valores da democracia e da ética no Brasil;
Preocupado(a) que estou, também, pelas implicações dos vínculos, que todos sabemos existir, entre a corrupção e outras formas de criminalidade, em particular com o crime organizado e com a lavagem de dinheiro;
Preocupado(a), ainda, pelos esquemas de corrupção que se multiplicaram e penetraram diversos setores da sociedade brasileira, comprometendo importante fatia dos recursos Públicos ocasionando crescente indignação da sociedade, em ameaça frontal à estabilidade política e ao desenvolvimento sustentável do meu País;
Convencido(a) que estou de que a impunidade para casos de enriquecimento pessoal ilícito é particularmente nociva para a credibilidade das instituições democráticas e para a ordem econômica nacional;
E certo(a), também, de que a corrupção deixou de ser considerada um problema local, passando a ser aceita como um fenômeno humano multidisciplinar que afeta todas as sociedades e economias, impondo-se a necessidade urgente da criação de uma grande rede de cooperação internacional, formada por pessoas, associações, organizações, e governos dispostos a preveni-la e, contra ela lutar todos os dias;
Decidido(a) que estou a colaborar com todos aqueles que se empenharem pela instituição de mecanismos oficiais e edição de leis capazes de prevenir, detectar e dissuadir com maior eficácia a corrupção, a lavagem de dinheiro interna, assim como as transferências internacionais de ativos adquiridos ilicitamente, bem como estabelecer ritos sumários, nacionais e internacionais para bloqueio de bens e recuperação destes ativos;
E ciente de que a legislação brasileira, assim como a legislação internacional que respeitamos, impõe ao Governo brasileiro a obrigação de desencadear ações para a prevenção e a erradicação da corrupção através de todos os seus Departamentos, com o apoio e a participação direta de pessoas e grupos que não pertençam ao setor público, como a sociedade civil, as organizações não-governamentais e as organizações de base comunitárias, para que seus esforços neste âmbito possam ter êxito;
Tendo presentes, também, os princípios de devida gestão dos assuntos e dos bens públicos, da equidade, da responsabilidade e igualdade perante a lei, assim como a necessidade de salvaguardar a integridade das instituições e fortalecê-las, fomentando uma cultura de rechaço à corrupção;
Resolvo acolher e endossar pessoalmente, e passar a difundir meu apoio à decisão do meu País, que ao aderir à Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção– UNCAC, obrigou todos os Governos brasileiros a partir de 14/12/1995 a adotarem, no limite de suas possibilidades, as medidas necessárias e suficientes para fomentar a participação ativa de toda a sociedade na prevenção e na luta contra a corrupção;
Mas, considerando que, lamentavelmente, nenhum dos governos que se seguiram à adesão do meu país  a  UNCAC, cumpriu rigorosamente a sua obrigação de incluir e integrar toda a comunidade no combate à corrupção e também não realizou o dever, também assumido no mesmo instrumento , de sensibilização da opinião pública sobre as causas da existência e gravidade da corrupção, alertando a todos para a ameaça que ela representa;
E assim, tendo que considerar essa falta de integração da sociedade como a principal causa do insucesso que estamos verificando no combate à corrupção em meu país desde 1995 até hoje, faz-se essencial exigir-se das autoridades federais, do Governo e do Poder Legislativo, imediato desencadeamento de campanha de informações em todo o território nacional, visando instituir de forma simples e transparente, uma consciência coletiva sobre a gravidade da Corrupção no meu País, através de todos os veículos de comunicação de massa, conferências e seminários, em programas escolares, universidades, sindicatos, associações, etc.;
Da mesma forma que ao aderir à UNCAC o Estado Brasileiro obrigou-se perante nosso povo e diante das outras nações do mundo, a promover a participação da sociedade na tomada de decisões relacionadas ao combate à corrupção, razão pela qual se impõe exigir do Governo brasileiro, também, a imediata instituição de uma gestão democrática e realmente participativa no combate à corrupção, medida esta aceita mundialmente como uma das principais armas nessa luta;
Considerando, também, que essa integração entre o governo e a sociedade só pode ocorrer como resultado de um processo transparente de entendimento nacional,  cercado por muita atenção e colaboração dos meios de comunicação, na qual mecanismos de votação de democracia direta possam ser utilizados em casos que não se alcançar um consenso geral, ou até mesmo para confirmar a existência de um consenso dominante, uma vez que a única maneira que os cidadãos têm de obter voz ativa na tomada de decisões, sem demagogia política, é lhes permitindo exercer a soberania popular, através de plebiscitos e referendos;
Considerando, acima de tudo, que a única fórmula conhecida e comprovada para uma lei obter apoio e empenho de toda a sociedade na sua plena implementação, é discutir publicamente a sua formatação,  e após aprovação pelo Poder Legislativo, levar a Lei  resultante para a aprovação da sociedade através referendo popular;
E considerando, finalmente, que para conquistar  o consentimento indispensável e o apoio popular, as medidas propostas devem estabelecer a não limitação de tempo para processar os crimes de corrupção e aumentar a eficiência dos mecanismos de investigação, e privação de liberdade e privilégios, bem como bloqueio de bens, resgate de ativos e aplicação de penas mais severas, tratando a corrupção como um crime hediondo;
São estas as razões pelas quais venho pessoalmente  aderir a UNCAC, reconhecendo que  além dos méritos na luta contra a corrupção a Convenção também oferece uma oportunidade de avanço para a democracia no meu país ao estabelecer como lei em nossa ordem jurídica, a participação obrigatória e direta de toda a sociedade na formulação da política pública para combate à corrupção, inclusive como forma de garantir maior apoio popular na implementação e na execução dessa política, o que deve ser válido também para todas as outras frentes de atuação do Estado.
Assim, tendo o poder da decisão da maioria como o maior de todos os poderes democráticos, o princípio axiomático e pré-requisito da democracia, expresso em muitas constituições como “soberania popular”, ou fonte de onde emanam todos os poderes do Estado, DECLARO, a quem possa interessar, que estou plenamente convencido da necessidade de integração imediata do público em todas as fases e esferas da luta contra a corrupção, começando com o desenvolvimento de uma política pública compartilhada, passando pela formatação de leis e ações de execução a serem tomadas, até o subseqüente acompanhamento da implementação dessas medidas, que só terão garantia de sucesso se forem submetidas à  aprovação final pela sociedade, legitimando um verdadeiro pacto nacional contra a corrupção.
Pelo referido acima, e em pleno exercício dos meus direitos de cidadã(o) tenho a exigir do Governo e do Congresso do meu país o imediato cumprimento  de suas obrigações institucionais, sob pena de prevaricação, para fazer acontecer a já decidida inclusão da sociedade brasileira na luta contra a corrupção e, no limite das suas possibilidades, patrocinar e realizar programas de educação pública, nas escolas e universidades, e simpósios e seminários para associações e sindicatos, em suma, realizar todas as atividades de informação pública  necessária e suficiente para conduzir a sociedade à intransigência  coletiva  contra a corrupção.
EM FÉ DO QUE, endosso esta Declaração Pública de Adesão Pessoal à Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção, para lutar por sua mais rápida e completa implementação, especialmente no que diz respeito à aplicação do Artigo 13 da presente Convenção, com a certeza que estou contribuindo para a paz e para o progresso do Brasil.
  1. (obrigatório)
  2. (email válido obrigatório)
  3. (obrigatório)

CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS CONTRA A CORRUPÇÃO

Preâmbulo – Os Estados Partes da presente convenção:
Preocupados com a gravidade dos problemas e com as ameaças decorrentes da corrupção, para a estabilidade e a segurança das sociedades, ao enfraquecer as instituições e os valores da democracia, da ética e da justiça e ao comprometer o desenvolvimento sustentável e o Estado de Direito;
Preocupados, também, pelos vínculos entre a corrupção e outras formas de delinqüência, em particular o crime organizado e a corrupção econômica, incluindo a lavagem de dinheiro;
Preocupados, ainda, pelos casos de corrupção que penetram diversos setores da sociedade, os quais podem comprometer uma proporção importante dos recursos dos Estados e que ameaçam a estabilidade política e o desenvolvimento sustentável dos mesmos;
Convencidos de que a corrupção deixou de ser um problema local para converter-se em um fenômeno transnacional que afeta todas as sociedades e economias, faz-se necessária a cooperação internacional para preveni-la e lutar contra ela;
Convencidos, também, de que se requer um enfoque amplo e multidisciplinar para prevenir e combater eficazmente a corrupção;
Convencidos, ainda, de que a disponibilidade de assistência técnica pode desempenhar um papel importante para que os Estados estejam em melhores condições de poder prevenir e combater eficazmente a corrupção, entre outras coisas, fortalecendo suas capacidades e criando instituições;
Convencidos de que o enriquecimento pessoal ilícito pode ser particularmente nocivo para as instituições democráticas, as economias nacionais e o Estado de Direito;
Decididos a prevenir, detectar e dissuadir com maior eficácia as transferências internacionais de ativos adquiridos ilicitamente e a fortalecer a cooperação internacional para a recuperação destes ativos;
Reconhecendo os princípios fundamentais do devido processo nos processos penais e nos procedimentos civis ou administrativos sobre direitos de propriedade;
Tendo presente que a prevenção e a erradicação da corrupção são responsabilidades de todos os Estados e que estes devem cooperar entre si, com o apoio e a participação de pessoas e grupos que não pertencem ao setor público, como a sociedade civil, as organizações não-governamentais e as organizações de base comunitárias, para que seus esforços neste âmbito sejam eficazes;
Tendo presentes também os princípios de devida gestão dos assuntos e dos bens públicos, eqüidade, responsabilidade e igualdade perante a lei, assim como a necessidade de salvaguardar a integridade e fomentar uma cultura de rechaço à corrupção;
» Leia a Convenção da Organização das Nações Unidas na integra…

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Enfim, as ruas

     

        Ivaldo Gomes

        Aconteceu ontem (12/10/11) em João Pessoa, um evento emblemático pra esse mundo maniqueísta em que estamos vivendo. Um grupo de cidadãos, acompanhando uma onda nacional de protestos contra a corrupção, fez um ato público na Praia de Tambaú. Ou seja, a cidadania não vai mais ficar refém dos ditos ‘representantes’ do povo. Que no fundo, no fundo, só se beneficia do já combalido erário público. Erário esse que nunca foi tão privado como hoje em dia. Qualquer ‘licitaçãozinha’ tem um quê de corrupção embutido. E quem afirma isso é o TCU, quando diz que ‘90% das licitações tem vício de origem’. Ou seja, já são montadas pra subtrair recursos que deveriam ser públicos.

        A nossa passeata em João Pessoa - ontem foi simbólica – mas começou muito bem. Os políticos profissionais não se fizeram presentes e não são bem vindos. Pois, tudo isso que ocorre no país, tem a mão ou a conivência deles com esse sistema de corrupção que está instalado no país. Claro que isso funciona há anos. Mas parece que o povo começou a perder a paciência. E como vocês sabem, quando o povo perde a paciência, onde os ladrões vão parar? E ontem, de forma libertária, vários cidadãos resolveram dizer, caminhando do Busto de Tamandaré até o Bahamas, batendo tambores, apitando, gritando palavras de ordem, com cartazes, etc. e tal, que não aceita mais tanta corrupção no país.

        Cansamos de ver os recursos da saúde, da educação, da segurança pública, da geração de empregos, da agricultura, dos transportes, do nosso desenvolvimento econômico e social, indo parar nas contas numeradas da Suíça ou em outros paraísos fiscais, a troco de conivência de muita gente. Não aceitamos mais isso e exigimos mudanças radicais nesse sistema político que está destruindo as possibilidades da sociedade se desenvolver com segurança, educação, saúde e harmonia. Chega de roubos na administração pública brasileira. Chega de corruptores privados, contaminando e desvirtuando o que deveria ser apenas público.

        É sempre bom lembrar que esse movimento nas ruas do Brasil não vai parar. Daqui pra frente à tendência é ir ampliando a tal ponto, que faça, obrigue, as autoridades ditas competentes, agirem e combaterem de fato e de direito, esse mal da corrupção entranhado dentro do Estado e exercido dentro dos três poderes. Pois existe sim, corruptos no executivo, no legislativo e no judiciário. Basta observar os escândalos que se faz presente cotidianamente em nossas vidas. Nós, cidadãos, enchemos o saco disso e vamos ocupar as ruas, com mais frequência do que muita autoridade corrupta desejaria.

        Se a justiça tarda, o povo na rua não falha.


domingo, 9 de outubro de 2011

Brasileiros contra a corrupção


12 DE OUTUBRO É O DIA: O POVO ACORDOU. O POVO DECIDIU. OU PÁRA A ROUBALHEIRA OU PARAMOS O BRASIL!

Locais:

Rio de Janeiro (RJ) Concentração no Posto 4 – Copacabana * São Paulo (SP) Concentração na Avenida Paulista em frente ao MASP * Goiânia (GO): Concentração na Praça Cívica – 14h *  Fortaleza (CE) Marcha rumo ao Parque do Cocó – 14h * João Pessoa (PB) Na Praça Cívica em frente ao Busto de Tamandaré – 14h * Recife (PE) Concentração na Praia de Boa Viagem – Praça * Salvador (BA) Concentração no Cristo da Barra às 14h * Santos (SP) Parque da Independência  * São Luiz (MA) Concentração na Praça do Pescador *  Teresina (PI) Concentração na Praça da Liberdade às 14h

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Agradecimento

Gostaria de agradecer a professora de português e literatura Laurinda Cunha, do CPDAC no Bairro do Valentina Figueiredo em João Pessoa, que conjuntamente com a Coordenação Cultural do SESC-PB, escolheram a Parede Poética que fiz para o Aldeia SESC 2011 e a encorporou dentro da programação do Projeto Língua e Arte, organizado pela professora e alunos do Ensino Médio do referido colégio estadual. Tive a oportunidade de participar de uma entrevista pública, com aproximadamente cem alunos, para discutir sobre a produção da arte e a importância dela para a construção da nossa identidade cultural.

sábado, 1 de outubro de 2011

Minha mãe III



O grande e indispensável Projeto Poema com Manteiga
sai agorinha. Pois feito agora. 





Minha mãe III


                                               Ivaldo Gomes



Hoje acordei com saudades dela.
De repente o quarto ficou
Com o cheiro de café passando
Na cozinha pela manhã.

Quando sentia esse cheiro,
Lá do meu quarto,
Sabia que era hora
De sair pra vida.

Alguém já tinha cuidado
Do meu dia.
Dai pra frente,
Devia ser comigo.

Anos a fio aquele café quente.
Pão fresquinho da padaria,
Que ela já havia comprado,
Logo cedo.

Tanto zelo e
Esse cheiro de
Café da manhã.
Como foi bom.

Tanto tempo pra perceber,
Quanto grandioso era
Toda aquela atenção.

Fecho os olhos e
Sinto o cheiro do café,
Sendo passado na cozinha.

E não é mais ela.