domingo, 18 de dezembro de 2011

Aberto pra balanço




       
                                                                          
          Ivaldo Gomes


         Termina mais um ano e normalmente as empresas são forçadas a fazerem seus balanços comerciais e financeiros. Como não somos uma empresa, então fazemos balanços físicos, emocionais, financeiros também. As perspectivas são sempre olhadas de pontos de vista que temos frente à vida e ao ano que se finda. E claro, a classe social em que você está inserido. Pois cada classe social tem sua forma de perceber a vida. Humanos somos todos nós, mas estratificados em credos, posses, direitos e a falta deles.

         Abri e fechei meu balanço anual da mesma forma que faço sempre. Observo os passivos e vejo os ativos. Comparo o que pensei que era com o que consegui ser e concluo se foi mais ou menos o ano. Esse que se finda fui razoável. Pois fiquei mais contemplativo que ativo. Talvez por ter atingido uma idade limite, aonde daqui pra frente tudo que vier é lucro. O corpo começa a dá marcas de cansaço e a gente já não se entusiasma mais como antes. A juventude é que tem dessas coisas, deixa as pessoas mais cheias de perspectivas.

         O saldo do balanço pessoal foi positivo. Pois as expectativas de vida simples e pensamento elevado já nos leva a não ficarmos achando que Papai Noel esse ano vai nos trazer o presente que pedimos e que nunca chega. O ser humano é assim mesmo insatisfeito por natureza. Tem sempre vontades nunca dantes atendidas a lhe cobrar satisfação. Eu procurei ao longo do ano não ficar querendo o que é impossível. Fiz dos meus impossíveis o mais possível, fechei o ano com o que já tinha e alguns quilinhos a mais.

         Já vou começar o ano novo tendo que pensar em perder esses quilos conseguidos enquanto descansava vendo a vida passar. Tenho que rever esse negócio de sesta na varanda depois do almoço. A rede balança, mas o balanço anual das minhas contas e faltas anuais terminou por subir o marcador da balança da farmácia. Logo eu que não frequento farmácias ainda, fiquei preocupado. Talvez afora os desmandos dos governos, a coisa que tem mais me causado preocupação são esses quilinhos a mais.

         Continuo apaixonado pela mesma mulher há 21 anos. Continuo tentando cuidar das pessoas que ajudei a colocar no mundo. Trabalho com carinho e atenção nas minhas práticas educadoras e procuro cumprir a lei até onde eu consigo. Pois até pra cumprir a lei é preciso algumas pré-condições. Por exemplo: para pagar imposto de renda é preciso que tenha tido alguma renda. Mas professor não entende de rendas. Nem dessas feitas de birros, linha e espinhos. De espinhos já entendemos um pouco. A nossa profissão ensina.

         Portanto meu balanço é positivo e negativo. Aconteceram coisas boas e coisas ruins. As boas eu procuro lembrar e as ruins eu faço um esforço para esquecer. Agora é correr atrás de perder aqueles quilinhos a mais e retomar o que sempre se fez: querer mudar o mundo com palavras, gestos e atitudes. No mas é acreditar que outras pessoas como você estão querendo o mesmo. Um mundo mais seguro, honesto, solidário. Novamente fiquei do lado dos que estão fora do poder. Portanto todos os anos são de luta. E esse não seria e nem foi diferente. Vamos ao próximo o mais próximo possível. Sempre aberto para balanços, inclusive de rede e redes sociais. 

         Fui.................


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