terça-feira, 16 de novembro de 2010

Aprofundando a democracia e a justiça social



                                                                               Ivaldo Gomes


         Passadas as eleições mais desprovidas de conteúdo que já vi na vida, agora vamos ao desenrolar dos governos. Estes apresentados no palco como salvadores da pátria, agora terão que continuar a sua representação contando apenas com a bilheteria do público, os impostos. Claro que alguns milhões não votaram em ninguém. Mas serão - mesmo assim - ‘administrados’ por aqueles em que o TRE certificou como eleito para os cargos eletivos. Realmente o erro das coisas não está apenas nelas próprias, mas no que se faz com elas. Logo não tem nada de errado com a democracia. Mas com o quê se faz em nome dela.
         Também tenho minha lista de prioridades pra cobrar dos eleitos. Mesmo não votando neles. E as farei em forma de defesa e cobrança pública, durante a vigência desses mandatos que se iniciam em janeiro de 2011. Sugiro a nova presidenta – salve a mulher brasileira! – que faça as reformas que o país precisa pra caminhar em segurança, gerando e distribuindo riquezas que esse país possui. Comecemos pela reforma política. Essa a mãe de todas as reformas. Aprofundemos com a reforma tributária e eleja-se a educação como ponto de equilíbrio para dai nascer um Brasil pujante e justo.

         Na reforma política, estabeleça-se o princípio da democracia de quem decide é o povo e quem cumpre são os governos.  O poder emana do povo e deve ser exercido por ele. Portanto, todo poder ao povo. Já temos tecnologia e logística suficientes para colar a opinião pública nas decisões governamentais. É só fazer plebiscitos, votação direta na internet e ir com o tempo fazendo a transição da democracia representativa para a democracia direta. Se elegemos temos o direito de ‘deseleger’ ainda durante o mandato. Todo poder emana do povo e com ele será exercido.

         Aprofundemos a reforma tributária: quem ganha mais paga mais e quem ganha menos paga menos. De verdade. Desoneremos os impostos para quem ganha até três salários mínimos, cobrando alíquotas de 1% sobre produtos e serviços, por exemplo. A partir dai, eleve-se o percentual do imposto até o limite em que a ganância não valha a pena. É extremamente injusto cobrar os mesmos 17% de imposto num pacote de café, para quem ganha um salário mínimo e os mesmos 17% para quem ganha cinquenta salários mínimos. Se quiser fazer justiça, vamos começar a tratar os que podem menos, para que possam mais e quem pode mais, possa menos. Justiça social também é dividir por igual às possibilidades de cada um contribuir no processo. Quem pode menos dá menos. Quem pode mais dá mais. Até que a justiça seja plena.

         Partindo da educação como eixo central de todo o processo de desenvolvimento – em todos os sentidos – cuidemos da saúde e da segurança de todos nós. É essencial priorizá-las no rol das propostas prioritárias. Um programa ousado de geração de obras e empregos será sempre prioridade em qualquer governo que seja digno de assim ser chamado. Não basta chegar ao poder. Temos que democratizá-lo na prática e na retórica. Sem conversa fiada. Ou vamos mesmo mudar as coisas por aqui ou vamos apenas desconversar e achar justificativas para o que não será feito?
  

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