sexta-feira, 6 de abril de 2012

Democracia pra quem?




                                            Ivaldo Gomes



        Tenho feito essa pergunta nos últimos tempos. As respostas são sempre as mesmas. Democracia de poucos em detrimento de muitos. Ou se quiserem: democracia de muitos a serviço de uns poucos. Pelo menos com votos obrigatórios.

        A República precisa evoluir sob pena de ficar para traz. O melhor modelo testado até hoje tem sido a democracia. Ou o que se faz em nome dela. Pois a democracia utópica continua sendo um objetivo a ser atingido. Pois, democracia em toda sua extensão, nunca vivenciamos.

        Chegou a hora histórica de darmos mais passos no rumo do aperfeiçoamento da nossa democracia. Precisamos afunilar a discussão da participação popular, de forma direta, via consulta popular, onde de fato a democracia do povo seja a democracia do nosso dia a dia.

        Sempre defendi e defendo o voto como forma de definir, deixar claro as opções e os rumos que queremos trilhar. Nunca neguei a importância e o instrumento de aferir vontade popular através do voto, da consulta popular. Garantindo, em última instância, os destinos e a vontade da maioria da população.

        Nesse quadro de eleições que ocorrem no país, a cada dois anos, onde somos consultados para eleger nossos representantes, precisamos depois de tanto tempo e exercício republicano, pensar novas formas de exercer a vontade democrática dos cidadãos.

        Propomos transformar o Poder Legislativo, numa casa verdadeira de representação popular, com o voto direto dos seus concidadãos e com a dispensa imediata dos cargos de senadores, deputados e vereadores.

        O Poder Legislativo continua como um dos três poderes, com suas garantias e prerrogativas asseguradas pela Constituição. Defendemos uma Emenda Constitucional, onde abolimos os cargos de senador, deputado e vereador. E no seu lugar colocaremos Comissões que encaminharão propostas específicas para o debate e a escolha direta com a população.

        Assim ocorrerá nas Câmaras Municipais, Casas Legislativas Estaduais e no Congresso Nacional. A estrutura desses poderes continua sendo exercido por funcionários de carreira e sua entrada apenas por concurso público. Ficam dispensados os senadores, deputados, vereadores e seus respectivos gabinetes. Que se transformarão em Comissões Temáticas, como saúde, educação, segurança pública, reforma agrária, tecnologia, etc. etc. e tal.

        Garanto-lhes que a economia e a objetividade serão enormemente beneficiadas em benefício de todos. Acabando de vez com esse balcão de negócios em que se transformou o Legislativo no Brasil. A República tem que avançar. Os conceitos precisam transcender a novos processos democráticos de escolha e decisão. Chega de intermediários. Queremos exercer nosso direito Constitucional de decidir diretamente.

        Dos três poderes, o Legislativo, passará por uma transformação direta, incorporando a consulta popular como a definidora de diretrizes, prioridades e propostas. As Comissões Temáticas (haverá o que for necessário), definirão os projetos, debaterão com a comunidade, serão incorporadas críticas e sugestões e vai a plenário virtual para votação e aprovação pública. Com direito a debates, defesas e intervenções. Só que diretamente decidido e ouvindo o povo.

        Temos tecnologia pra isso. A internet é a melhor forma de dizer isso. Temos um TRE que tem condições de auditar ou promover consultas. Temos um quadro de funcionários de carreira nos legislativos, só falta mesmo a nossa vontade de querer que seja assim.

        O Executivo continua sendo eleito diretamente, com eleições periódicas e o Judiciário continua referendando ou rejeitando direitos e obrigações. Nossa mudança estrutural começa pelo Legislativo. Vamos vivenciá-lo, aprofundá-lo e daqui a alguns anos de exercício dessa nova prática legislativa, vamos saber em que precisamos evoluir para continuar avançando e aperfeiçoando o cumprimento da VONTADE POPULAR. Democraticamente.

        E aí, quem sabe a gente tenha vencido o paradigma atual, de uma democracia de poucos em detrimento de muitos, ou como queiram: uma democracia de muitos a serviço de uns poucos. A república precisa avançar. A democracia também. Quero discutir novas ideias. Quero ousar nessa perspectiva. Espero que outras pessoas também queiram. Voltarei ao tema.


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