Preâmbulo
Política
e politicalha
A
política afina o espírito humano, educa os povos, desenvolve nos indivíduos a
atividade, a coragem, a nobreza, a previsão, a energia, cria, apura, eleva o
merecimento. Não é esse jogo da intriga, da inveja e da incapacidade. Entre nós
se deu a alcunha de politicagem. Essa palavra não traduz ainda todo o desprezo
do objeto significado. Não há dúvida de que rima bem com criadagem e parolagem,
afilhadagem e ladroagem. Mas não tem o mesmo vigor de expressão que os seus
consoantes. Quem lhe dará o batismo adequado? Politiquice? Politiquismo?
Politicaria? Politicalha? Neste último, sim, o sufixo pejorativo queima como
ferrete, e desperta ao ouvido uma consonância elucidativa. Política e
politicalha não se confundem, não se parecem, não se relacionam uma com a outra.
Antes se negam, se excluem, se repulsam mutuamente. A política é a arte de
gerir o Estado, segundo princípios definidos, regras morais, leis escritas, ou
tradições respeitáveis. A politicalha é a indústria de explorar o benefício de
interesses pessoais. Constitui a política uma função, ou um conjunto de funções
do organismo nacional: é o exercício normal das forças de uma nação consciente
e senhora de si. A politicalha, pelo contrário, é o envenenamento crônico dos
povos negligentes e viciosos pela contaminação de parasitas inexoráveis. A
política é a higiene dos países moralmente sadios. A politicalha, a malária dos
povos de moralidade estragada.
Rui Barbosa.
Trechos
escolhidos de Rui Barbosa. Edições de Ouro: Rio de Janeiro, 1964. Fonte:
http://doryreleituras.blogspot.com/2007/11/poltica-e-politicalha.html).
TESE
A nossa tese é de que se somos nós que
legitimamos as pessoas com o nosso voto (escolha), e se somos nós que pagamos
todas as despesas com nossos impostos, logo temos o direito de dizer como
queremos que as coisas funcionem em nossa sociedade. Defendemos a democracia
direta e queremos pô-la em prática.
Acreditamos
que possuímos tecnologia e informação suficiente para escolhermos nossas
prioridades, colocá-las em prática, fiscalizar a sua aplicação, os recursos, a
eficiência e como também seu replanejamento para que possamos avaliar sua
eficácia. Não aceitamos mais esse processo de democracia representativa e
queremos discutir a sua mudança, trazendo para a cidadania de todos nós, o
direito de decidirmos o que é melhor para sociedade sem necessariamente eleger
alguém para nos representar. Queremos representação direta. Nós mesmos nos
representamos no legislativo.
E
resolvemos exercer nosso direito de não querer votar em absolutamente ninguém.
E não é porque muitos dos candidatos não mereçam nossa confiança e nem nosso
reconhecimento, mas é pelo fato de não termos efetivo controle sobre a ação de
quem possa ser eleito. Cansamos de ser passados para trás, de ser utilizados
como massa de manobra para legitimar interesses menores em detrimento dos reais
interesses da maioria da nossa população.
Portanto,
estamos chamando a população a reagir, se utilizando do seu voto em sinal de
protesto para que as regras de se escutar a vontade popular seja feita de outra
maneira e de forma direta. A internet está aí para ser utilizada por todos,
bastando um simples local de acesso público, o uso do CPF/Título e a escolha de
prioridades. Através de consultas regulares, para o Brasil, para o seu estado,
sua cidade, bairro ou rua.
Votar é um
direito do cidadão. Mas exercê-lo deve ser uma opção de cidadania. Não somos
obrigados a ter que escolher entre o ruim e o pior. Por que temos que legitimar
esse jogo de cartas marcadas em que se tem transformado as eleições no Brasil?
Foi pra isso que lutamos tanto para redemocratizar o país? Para transformar o
parlamento brasileiro num balcão de negócios? Onde o interesse da maioria do
povo brasileiro passa a ser apenas um detalhe, um voto obrigatório e o
pagamento da conta? Cansamos disso.
Compartilho deste pensamento em gênero, número e grau. Já não chega ser OBRIGADO a votar e ter que votar em alguém para que meu voto seja válido?!
ResponderExcluirAnônimo, vamos disputar as consciências, tentando incentivar o debate, para que cada vez mais cidadãos exercitem sua cidadania e exija democracia direta. Vamos dispensar os atravessadores daqui pa frente.
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