sexta-feira, 18 de maio de 2012

Quando a imprensa é cumplice



         
                                               Ivaldo Gomes


         A Paraíba assiste assustada a sequência, quase semanal, de ações da Polícia Federal, CGU e MPF, no combate a corrupção, com operações de desbaratamento de verdadeiras gangues agindo dentro da esfera do poder público na Paraíba. As ações são tantas que levou o prefeito de João Pessoa, o preposto Luciano Agra, a produzir uma pérola do descaramento político em que se transformou a administração da coisa pública: ‘essa ação da Polícia Federal é um caso de rotina’. Rotina prefeito? Rotina deveria ser a probidade administrativa e a transparência com o erário público. Isso sim deveria ser um ato de rotina.

         Mas o objetivo desse artigo é para cobrar publicamente da imprensa da Paraíba a cumplicidade com os crimes levantados pela ação diligente da Polícia Federal e demais órgãos envolvidos. E essa não cumplicidade deveria vir estampada nas páginas dos jornais, noticiários de rádio, tvs e nas matérias em vários sites na internet, dizendo, divulgando, com todas as letras, quem são realmente os responsáveis por tantos escândalos. Pois não adianta divulgar o escândalo sem dar nome aos bois. Sem dá nome a esses salafrários que se acham no direito de roubar o erário que deveria ser apenas público.

         Na medida em que a imprensa sonega da população quem são esses safados, termina acobertando os maus feitos e até de certa forma incentivando que eles continuem com esse tipo de expediente. Já que a justiça no Brasil é lenta, cega e surda, causando esse mar de impunidade reinante no Brasil, corrupto preso que é bom, não tem quase nenhum. Caberia então à imprensa dizer quem são esses verdadeiros ladrões do erário público. Pelo menos os constrangia publicamente. Os colocaria na vitrine e envergonharia seus familiares e amigos. A sociedade precisa reagir a tudo isso execrando publicamente esses canalhas.

         Como cidadão, eleitor de voto obrigatório e contribuinte espoliado por mais de 85 tipos de impostos e taxas, acho que tenho o direito de cobrar da imprensa transparência no noticiário e na divulgação dos nomes das empresas e de seus respectivos donos, para que a sociedade, pelo menos, fique sabendo quem são essas almas sebosas. Pois tenho acompanhado detidamente o noticiário nos rádios, jornais, tvs, portais e blogs na internet  e pouco ou quase nada tenho visto sobre os nomes dos reais ladrões do erário público. O que leva a acreditar que existe por parte da imprensa na Paraíba, um propósito sórdido de proteger esses meliantes. É a conclusão que chegamos depois de ver tamanha cumplicidade com negação das informações.

         É bom que a imprensa repense esse procedimento. Pois da maneira que vai, à livre expressão do pensamento, acontecerá de verdade, apenas nas redes sócias da internet. Pois lá não tem cabresto e nem tão pouco censura ou muito menos conivência com tudo isso que está acontecendo na Paraíba. Pois é inadmissível ver pessoas tendo a coragem de colocar soda cáustica no leite que é distribuído às crianças na Paraíba e encobrir quem são esses salafrários. É no mínimo cumplice de crime tão hediondo. Fica aqui o pedido por uma imprensa mais comprometido com a cidadania de todos os paraibanos. Pelo respeito ao cidadão e pela boa norma da informação a sociedade, que é imperativo de uma imprensa que busca a credibilidade.


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