terça-feira, 19 de março de 2013

Na senda com o yoga





          Ivaldo Gomes



Levei vinte anos pra descobri que tenho cultivado o yoga e nem sempre com consciência. Quando no ativismo político me dediquei, exercia Karma Yoga e não tinha consciência disso. Quando me dediquei por bons longos anos ao estudo de livros sagrados, praticava Jnana Yoga e não tinha consciência disso também. Quando canto japa-malã, pratico Bhakti Yoga já com alguma consciência do que faço. E essa consciência aumenta na medida que prático meus asanas e pranayamas em Hatha Yoga.

O Yoga é realmente um caminho luminoso como sempre pregou os mestres. Na medida que você o caminha, as paisagens iniciais não são ainda percebidas. São vistas mas não percebidas. Mas ao continuar no caminho, você vai se detendo aos detalhes dela e vai contemplando cada dia mais com clareza, leveza e consciência. Um estado de contentamento se instala e tudo passa a ter sentido e explicação. O caminho do yoga é contemplação e ação. Contemplo e ajo. Percebo e sinto. Vejo e compreendo.

O caminho do yoga é como usar luvas grandes quando criança. Enquanto as mãos são pequenas, ficam estranhas as luvas grandes. Mas com o tempo, as mãos crescendo, tudo vai se ajustando. Um dia as luvas cabem. A postura do yogue é de curioso e consciente. Curiosidade em aprender, caminhar, se desenvolver, mas consciente que existe limitação humana. Dessa que todos nós possuímos. Mas precisamos transcender a isso. Irmos o mais longe possível.

O yoga é a união de você com você mesmo e a totalidade dos fatos. Os visíveis e os invisíveis. Os conscientes e os inconscientes. A postura do yogue é de aprendiz sempre. Aprender a aprender, é a única forma de aprender a ensinar. Pois só ensina quem já aprendeu. Dai que somos todos, no fundo, alunos de nós mesmos e dessa viagem temporal, num plano temporal, num corpo temporal, com capacidades divinas. Não somos Deus, mas somos formas diminutas dele. Compreendemos isso quando praticamos yoga. Mesmo quando levamos muito tempo pra entender.


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