sexta-feira, 25 de março de 2011

Covil ou sociedade?


                                              Leo Barbosa   (escritorleobarbosa@hotmail.com)
                                                  
                                          

   Durante nossa trajetória se olharmos, com calma, para toda a pressa que permeia nossos membros circunvizinhos, veremos que cada qual está trançando um propósito.  Se bem ou mal ainda, pode ser cedo para averiguar. Todavia, em geral, nos especializamos em mascarar as marcas dos nossos problemas através de subterfúgios que vão desde uma agenda atolada de atividades até uma espécie de fanatismo religioso. Alguns nem sabem mais em que e em quem crer, pois tantas são as inverdades que nos rodeiam. Já outros prosseguem tocando a vida sem melodia... sonhos...

   Na artificialidade diária, casais, famílias dividem o mesmo teto, mas não convivem. Suas histórias vão se distinguindo pela indiferença ao quotidiano de cada um. Ambientes sustentados pelas conveniências, por uma falsa paz que logo explode em violências físicas e morais. Os entrechoques do dia-a-dia vão fomentando um rancor que consome os valores até extingui-los. O que resta? Algumas cláusulas da Constituição que nem sempre terão a voga necessária. Das casas a violência transcende para as ruas, escolas, locais de trabalho. Nasce o tal “bullying” que é um sistema de agressões que burla qualquer um que queira ser ou que nasceu diferente dos padrões impostos por uma sociedade amesquinhada pelas mídias. 

   Nascemos, e em pouco tempo nos é imposto um conjuntos de costumes e etiquetas visados no que a constituição familiar acredita, o que nem sempre serão beneficentes. Se não seguirmos esses protocolos, provavelmente seremos punidos, excluídos; em seguida reconheceremos que perdemos um bem: a liberdade.

   No entanto, não são de todo más as restrições impostas; muitas vezes elas servem para nos protegermos de nós mesmos, pois proporcionam um equilíbrio. Essa delimitação nos recorda das nossas possibilidades. 

    Receio que, por estarmos numa era do “Quem chega primeiro”, fica fácil o ser humano se corromper ao buscar o incorreto como cano de escape, para superar suas dificuldades financeiras, pessoais. Hoje, o sucesso é não mais ser feliz, mas ter status, dinheiro. Cooperação versus competição...

    Decorrendo o tempo, vamos nos contentando com os fragmentos restantes dos valores familiares,das virtudes, preceitos religiosos e de toda ligadura com o bem. Então, vamos coexistindo num espaço que denominarão “lar”. 

    Carinho, intimidade, fraternidade, serão palavras de um dicionário obsoleto, ou apenas palavras que não terão a força do verbo; por conseguinte, o verbo se fará uma parte de um nada.

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