segunda-feira, 28 de março de 2011

Sempre o poder


                                                                         Ivaldo Gomes


            O homem/mulher sempre perseguiu o poder. Seja um sobre o outro, seja ambos sobre os outros. A dificuldade não está em si, no poder. Está no uso dele. O que diferencia um poder correto de um incorreto é que no correto ele se reveste de bons propósitos. Não há lugar para o mal em bons propósitos. Então não é o poder que temos que temer. Mas o quê o homem/mulher faz com ele. Esse é um ângulo interessante de se ver esse problema. O entendimento do poder é o quê se deve ser feito com ele. Não adianta ter o poder e não saber usá-lo ou usá-lo de forma errada. Claro que o uso indevido do poder criou toda uma escola de egoísmo ao longo do passeio histórico da humanidade. Alguém há de lembrar que já foi pior. Antes não havia esse conceito de democracia que existe hoje. Esse conceito, digamos moderno que aperfeiçoamos hoje, tem ai uns bons trezentos anos.

            O exercício do poder é a maior arma para se desmascarar falsos propósitos. Não tem como o poderoso de plantão não se revelar. Pode até ser que a imagem dele não seja compreendida no instante do exercício do poder, mas com o distanciamento, o tempo, vai mostrando quem foi ele de verdade. Dá pra negar que o General Garrastazu Médici foi o pior momento da ditadura militar? Dá pra não colocar na conta histórica dele as dezenas de cadáveres de brasileiros/as que foram ao holocausto para que nós possamos hoje está escrevendo dessa maneira? Não, não dá. A história é implacável! Alerto aos sonhadores de poder que ele tem um preço. Ele lhe dá a oportunidade histórica de dizer a que veio e a mando do quê. Pois urge o debate sobre os dias de hoje.

            Muita gente se surpreende com as medidas de impacto social que o político profissional Ricardo Coutinho tem gerenciado na administração pública, seja na PMJP, seja no governo estadual há quase três meses. Ele assinou um projeto de mobilidade social, que acho que melhora muito a economia popular e ainda ajuda os empresários pelo aumento das viagens. ‘O lucro vem da quantidade’. Já nos ensinava os espertinhos dos economistas que ajudaram a implantar o capitalismo. Uma atitude simples de governo, mas corajosa. Ou seja, o uso do poder com bons propósitos. Tem que ser parabenizado pela ação. Pois da mesma moeda que se faz a crítica, se faz o elogio. É frente e verso de um mesmo dorso. Mas têm mais. Tem o projeto empreender, o desenvolvimento sustentável. Mas por que outros governadores antes dele não fez? Falta de bons propósitos no exercício do poder.

            Peguemos pra cristo o ex-governador José Maranhão ou mesmo a esperança que não se concretizou do ex-governador cassado Cássio Cunha Lima. Nenhum dos dois, por todo tempo que estiveram no exercício do poder, não fez o que o atual governo faz em apenas três meses e com toda uma propaganda de ‘terra arrasada’ que foi encontrada. E pela pisada vai andar muito rápido. E a Paraíba pode de fato ter entrado em um novo circulo. O que é muito bom. Não graças a Ricardo e Cia, mas a saturação de falta de propostas que os governos anteriores não conseguiram e nem queriam colocar em prática. Volto à questão dos bons propósitos no exercício do poder. Por mais crítico que você possa ser a esse governo, tem que ter a honestidade de render-lhe vênias quando ele acerta. Mesmo sabendo que somos nós que pagamos a conta e somos de fato o receptáculo de todo o poder. ‘O poder emana do povo e em seu nome será exercido’.

            O exercício do poder, ou da crítica do poder, precisa seguir alguns parâmetros. Alguns códigos de conduta éticos. Até para que seja respeitado como tal. Não aderi ao governo. Não sou comissionado em nada pra isso. Se faço críticas e elogios, são na tentativa de dizer o que penso como cidadão. Já que como eleitor deixei de votar em alguém até que fique claro como se controla quem se elege. Já como contribuinte só tenho queixas. Sinto-me extorquido e ludibriado. Mas no exercício da cidadania, do poder que me cabe e das críticas e elogios que possa fazer, ficarão sempre na perspectiva de vivenciar e exercer um estado democrático de direito coletivo. E ai, talvez eu tenha mais ajudado os governos com as críticas e os possíveis elogios, do que se estivesse remuneradamente batendo palmas pra eles. Mas no exercício do poder que nos cabe, da crítica e até dos elogios que possamos fazer. Só nos servirá se tivermos bons propósitos.


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