quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A prosperidade da mediocridade


   

                                Ivaldo Gomes


    Em toda a minha existência nunca tinha assistido tanto culto à mediocridade como hoje em dia. Exercitado com vontade e força descomunal em todos os flancos. Na televisão então, já passou de todos os limites éticos, morais, de bom senso e até do simples cumprimento da Lei das Concessões Públicas. Se elas são PÚBLICAS, não deveriam ser controladas pelo público? Assim como os políticos e todos os outros cargos eletivos ou por concurso? Cabe ao povo em última e desesperada instância, recorrer e decidir. Pois a democracia tem um preço. E o preço é o respeito a uma ordem instituída que leve em conta a justiça, a moral e claro, os bons costumes. Parece piada, mas os costumes se degredam a olhos vistos. Parece que a ordem é estabelecer a baixaria como instrumento e promoção de tudo e qualquer coisa.


    Desculpe a sinceridade, mas não vejo futuro nesse esquema de fazer prosperar a mediocridade. Os valores estão mais uma vez em jogo. Pois a sociedade quer viver em paz, mas também não tem feito muito por onde isso acontecer, além de pagar todos os impostos rigorosamente em dia e ainda ‘possuir o direito’ de votar de forma obrigatória em pessoas que não temos o menor controle sobre elas depois de eleitas. Você quer coisa mais estapafúrdia do que isso? Pois tem. Tem Presidente da República demitindo ministros, mas deixando os mesmos ‘esquemas políticos’ montados nos ministérios, que deveriam se ater a atender as demandas públicas e os fins para os quais foram criados.
 

    Mas quando você pensa que a mediocridade em prosperidade disparada terminou, aparecem coisas do tipo ‘mensalão’ no Legislativo e ‘venda de sentenças’ no Judiciário. Mas ai você faz que relaxa e pensa: Pronto, terminou a prosperidade de mediocridades! Ai vem às denúncias das licitações - com tudo nos conformes - dentro do combinado. Só não foi combinado com o povo. Ah, o povo! Um ‘pequeno detalhe’ tão sem importância nessas horas onde os interesses de grupos (minorias), mas com poder de mando, escolhem as ‘prioridades em nosso nome’ e nem satisfações nos dão. Pois têm sempre a justificativa para passar na nossa cara: fomos eleitos pelo povo. E tapam nossa boca. Pois de fato foram. Só Deus e os gerentes de banco sabe como foi, mas foi.
 

    Como se tudo isso já fosse pouco, ai vem à imprensa de mercado, que a tudo se sujeita, desde que o caixa feche no positivo. Se for ‘muitos positivos’ que seja melhor. Ou melhor, que sempre seja ‘muitos positivos’ nas contas bancárias de quem vende verdades e mentiras com a mesma desenvoltura. A imprensa de hoje – essa institucionalizada – tem seu preço. Diga quanto pagas e te direi quem és. Com o ‘photoshope’ da mediocridade faz o que quer. De quem quiser. A imprensa institucionalizada é um poder a serviço da manutenção da situação como ela está. Se a notícia for ruim, eles faturam. Se for boa, eles faturam também. Paciente como é o eleitor-contribuinte-cidadão, tanto faz ficar vivo ou morto, ele paga a conta do mesmo jeito.
 

    Frente a tanta mediocridade ficamos a nos perguntar: Quais são mesmo as propostas do Brasil para as próximas duas, três, décadas? Qual o projeto de educação do Brasil pra se conseguir isso? Qual o futuro da democracia representativa no Brasil de hoje, onde a internet mostra o tempo todo às tendências por onde o mundo caminha? Fico com um frio na espinha quando percebo que o crescimento da mediocridade só nos leva ao fundo do poço. E parece que esse poço ainda tem muito a ser cavado. O que lamentável. Tá na hora de um ACORDA BRASIL!

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