sábado, 24 de julho de 2010

Você, eleitor, é o Patrão!

Você é realmente o patrão. Só basta saber como. Pois se mando, logo digo como quero. Mas como quero? Eis a questão. Votar é importante? É. Mas pra quê? Pra quem? Com quê objetivo? O quê ganhamos mesmo com isso? Do jeito que está, como controlamos quem elegemos? E elegemos mesmo pra quê? Qual o projeto? O sempre lúcido e futurista Mauro Nunes - um dos melhores consultores da PB/Brasil?Mundo - nos instiga a pensar. E isso é livre pensar.

Um abraço,
Ivaldo Gomes

Você, eleitor, é o Patrão!

Mauro Nunes

Postado por Mauronunes.com em 24/07/10 as 01:35 - Fonte: http://wscom.com.br/blog/www.mauronunes.com.br+

"A imprensa supostamente imparcial, comprometida com a evolução da consciência política da população e com a construção sustentável de um futuro ansiado por toda a sociedade, tem papel dos mais decisivos para criar novo cenário e transformar para melhor o atual e triste quadro político predominante no Estado”. Obs. o Guia que está ao lado deveria ter sido aprovado, senão concebido, pelo eleitor.

Este caminheiro, hoje, procura reproduzir e interpretar vívidos debates de colegas de caminhada. Encontrei grupos abordando a importância do ato de votar e da representatividade decisória do eleitor na escolha dos seus candidatos. Apurei os neurônios.

O tema, não cabe dúvida, é do maior significado. Afinal, em última instância, em uma democracia é você. Eleitor, que a rigor tem a responsabilidade pela escolha daqueles que detém expressivo e, em alguns casos, determinante papel, na construção do futuro. Do seu futuro. Do futuro dos seus filhos e dos seus netos. E das gerações que estão à caminho.

Quatro anos, com a velocidade das transformações de hoje, é período suficiente para que decisões influenciem a moldagem do futuro e à construção de cenários onde viverão seus filhos, netos e bisnetos.

Deve-se ter a consciência de que todos os eleitores são contribuintes e pagam aos legisladores e aos dirigentes para exercerem o seu papel de governantes. Na verdade você, eleitor, é rigorosamente o patrão dos governantes.

Que tal começar pelo elementar, que não vem sendo tratado na campanha? Saber como estamos hoje e como queremos estar em quatro ou oito anos já seria um grande começo. Ter rumo e prumo consciente, que aponte para a sustentabilidade na construção do futuro é requisito indispensável para credenciar qualquer político.

É importante ter consciência de que as mudanças são inevitáveis. Podem acontecer contra ou a favor das necessidades, dos desejos e das aspirações do povo. O desempenho de seus escolhidos é que determinará, em grande medida, a construção do seu futuro. Avalie, portanto, a sua responsabilidade no ato de escolher.

Você, eleitor, além de escolher os seus servidores para o governo é, como contribuinte, quem oferece, com seu esforço e bolso, os recursos necessários para manter os legisladores, que legislam por você, e os dirigentes que decidem, por você.

Impressionante é a afirmação categórica dos colegas caminheiros de que o brasileiro é um povo politizado. Se o debate era o território paraibano, o grau de politização era, provavelmente, para eles, bem maior do que o da média nacional.

Mas, o que é mesmo ser politizado? É discutir a política dos que disputam o poder? É entrar em debates predatórios, onde o foco é a exploração, com lente de aumento, dos aspectos negativos e desfavoráveis do adversário? É considerar que o adversário político é inimigo pessoal? Infelizmente essa era a linha básica de discussão entre os caminheiros?

Certamente que o comportamento dos governantes motiva a postura desses caminheiros. Pois eles, os políticos, são exemplos provocadores das reações de uma disputa que saiu da órbita dos debates sobre os destinos da cidade para os destinos de grupos hoje predominantes na cena política do Estado. Seja, quem deveria educar, provoca.

A sensação que tenho é a da nossa falta de consciência política. O que há, lamentavelmente, é uma ignorância pasma quanto ao seu poder e força enquanto eleitor.

Escolhemos legisladores para cuidarem do nosso dinheiro e administrarem nossos projetos sem exigir que os gestores públicos apliquem os recursos e implantem os projetos com decência e honestidade, segundo suas expectativas.

Pude observar que todos, indistintamente, pecavam pelo equívoco de analisar e ampliar as fraquezas ao invés de as forças dos escolhidos na última eleição e dos prováveis candidatos ao próximo pleito.

Não se tratava de uma discussão emocional. Pior, era uma disputa irracional, com predomínio de avaliações menores, provincianas, onde o futuro era avaliado a partir dos comentários políticos mais intrigantes publicados nos jornais de ontem e de hoje.

O espelho retrovisor era a peça principal do debate. Não pude deixar de lembrar o que consagrados estudiosos já constataram: dirigentes ou políticos eficazes constroem baseado na força, no que as pessoas podem fazer, não se baseiam em fraquezas. Preocupam-se mais com resultados, mais com aquilo que eles alcançam do que com aquilo que eles fazem.

Já que os políticos estão muito comprometidos em buscar formas para manter o poder e não têm exercido, como deveriam, o importante papel de educadores e formadores de consciência política que resista a tempo, comecei a considerar que os formadores de opinião, os estudiosos da ciência política, da sociologia, os professores, jornalistas, escritores e outros privilegiados têm tudo para contribuir com a mudança desse foco.

Mesmo no ponto do tempo em que se conclui uma campanha política é sempre oportuno avaliar, debater e discutir o papel de cada um na construção do futuro que queremos para esta e outras gerações.

Importante é que o eleitor e contribuinte conte com a colaboração de decodificadores que tenham visão da águia, para ajudar na avaliação do cenário e suas conexões planetárias, o olho de lince para identificar os resultados e desempenho dos legisladores e “dirigentes contratados”, e se esses estão trabalhando na construção do futuro desejado.

Mais importante ainda, é poder contar com os profissionais mencionados, com maior visibilidade para a imprensa, na disseminação de novos conceitos sobre o papel de cada cidadão nesse processo, e na transformação de paradigmas de que os políticos e dirigentes estão ai para disputar poder e não para construir o futuro.

Esse parece ser um caminho para substituir os temas para debates dos caminheiros da calçada.

Os discursos dos caminheiros são alimentados por informações disseminadas por esses profissionais, com ênfase para os veículos de comunicação.
Infelizmente, ainda, pouco, muito pouco, se vê ou lê, sobre o verdadeiro significado do eleitor e contribuinte como acionista majoritário dessa empresa chamada “Governo” e do seu poder sobre os formuladores de leis para a sociedade.

Todo e qualquer eleitor tem o poder de cidadão para escolher seus “contratados” e para cobrar resultados que façam diferença para melhor na vida das pessoas. Pode, e deve ter espaço para opinar inclusive quando da formação das equipes de colaboradores dos eleitos.

As equipes representam a extensão da vontade do eleitor. Assim, mesmo após eleger o cidadão deve ficar permanentemente atento para que prevaleça a sua vontade.

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