quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Nem esquerda nem direita

Carlos Aranha vai na mosca. Excelente artigo.
Partido hoje, nos parece que apenas o Partido Alto
Um abraço,
Ivaldo Gomes


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Opinião
por: Carlos Aranha
Quarta, 4 de Agosto de 2010 - 06h00- Fonte: http://www.portalcorreio.com.br/jornalcorreio/colunaLer.asp?columnId=105

Nem esquerda nem direita

São fantasmagóricas, estúpidas, defasadas e delirantes as tentativas de situarem as atuais campanhas eleitorais nos espectros da esquerda e da direita, já que o último pôr-do-sol desse tipo de confronto foi quando, com diferentes projetos de poder, Lula e Brizola juntaram-se no segundo turno de 1989 contra Collor. Ali, sim, havia um claro confronto esquerda-direita e, por isso, foi a eleição em que a Rede Globo mais empenhou-se, ajudando-a a defini-la quando fez a famosa montagem do debate Lula-Collor no “Jornal Nacional” do dia seguinte.
A maior demonstração de que o confronto acabou é a de que hoje Lula e Collor são aliados em Alagoas e na eleição para o Planalto, enquanto o PDT, fundado por Brizola, espatifa-se sem identidade fazendo qualquer tipo de aliança dependendo da situação de cada um de seus Diretórios Estaduais. O PDT dá apoio a Dilma Rousseff para a presidência e, nos Estados, exercita - de acordo com as conveniências encontradas - o InTR, o Índice da Traição.
Na eleição presidencial, os últimos ecos dos tambores ideológicos estão flutuando nos corredores do PSOL, PSTU, PCO e PCB (já que o PC do B está na aliança dilmista, o PSS é ex-comunista e dá apoio a José Serra e o PSB largou de vez o socialismo desde que Miguel Arraes morreu).
Enfim, há um profundo erro conceitual em colocar Dilma Rousseff, José Serra e Marina Silva nos espectros da esquerda ou da direita. Dilma e Serra, com suas posições neoliberais na economia, há muito jogaram no lixo o vestuário esquerdista. Também não estão à direita, pois conservam princípios humanistas essenciais e preocupam-se com projetos sociais. Marina, à maneira de Lula, nunca foi “de esquerda”, mas sindicalista. A ex-Ministra e o atual Presidente jamais estiveram à esquerda ou à direita.
Completando a desideoligização destas eleições, basta analisar as alianças feitas em quase todos os Estados, liberadas que foram com a união do PT e PMDB (Dilma) e do PSDB e DEM (Serra). União da social-democracia (PT e PSDB) com o centro-direita (PMDB e DEM).

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